Forte tradição na inovação tecnológica
Numa lógica cada vez mais global, com ajustes necessários a um universo com mais de 12 mil colaboradores, mais de 40 nacionalidades e presença em 16 países, a EDP possui uma forte tradição de aposta na inovação tecnológica e na transformação digital. A visão da EDP para o digital está assente em três eixos de actuação – clientes, activos e operações e organização – suportados por três enablers digitais – dados e tecnologia, ecossistema e pessoas e organização. Sendo estes fundamentais para a concretização das diferentes iniciativas presentes no roadmap definido para o digital.
A criação da Digital Global Unit (DGU), em Junho deste ano, veio materializar a importância do digital na estratégia do grupo. Esta nova unidade, que funciona num modelo de “Hub & Spoke” – uma área central em estreita colaboração com todas as unidades de negócio – correspondeu a uma fusão do programa de aceleração digital com a anterior Direcção de Sistemas de Informação (DSI).
PROJECTOS DE ACELERAÇÃO
A estratégia para a digitalização passa por alavancar o ADN de inovação e por conjugar esforços no sentido de acelerar a adopção do digital por toda a organização.
O EDP X foi um projecto iniciado em Novembro de 2017 e concluído em Maio deste ano e que surgiu para acelerar o ritmo com que o grupo EDP adopta as oportunidades criadas pela nova era digital. Esta foi uma forma de contribuir para que a EDP vá mais longe e mais rápido neste domínio. «Tínhamos objectivos claros: fazer o levantamento de todas as iniciativas na área do digital que estavam a decorrer em todas as unidades de negócio do grupo, criar uma visão integrada para o digital, definir um roadmap para as diversas iniciativas que corporizam a visão e assegurar a implementação de mecanismos de aceleração que permitam incrementar a rapidez de entrega das diversas iniciativas planeadas», explica José Ferrari Careto, director da Digital Global Unit da EDP.
Para passar à fase de implementação do EDP X, foi criada a DGU. «Foi uma opção bastante discutida e que teve como principais racionais assegurar sinergias entre o Digital e o Core IT e evitar uma separação prejudicial entre estas duas áreas, que são cada vez mais, complementares para o Grupo», conta José Ferrari Careto.
O projecto de aceleração digital e a adopção de novas metodologias de trabalho, com destaque para o agile, acabaram por reforçar uma mudança cultural dentro da empresa. «Mudar a cultura de uma empresa exige um grande esforço na comunicação, na formação e na alteração da mentalidade e das formas de trabalhar dos colaboradores. Mostrar resultados e assinalar os sucessos é fundamental para que a organização ganhe confiança, acredite na mudança e para que os colaboradores se tornem o próprio motor da transformação», sublinha o director da Digital Global Unit da EDP.
No âmbito do EDPX assegurou-se um forte envolvimento da organização, através de um roadshow que cobriu todas as geografias e da colaboração de cerca de 60 focal points que asseguraram uma estreita relação do projecto com as unidades de negócio. Em adição realizaram-se mais de 40 sessões de trabalho e de discussão, nomeadamente com parceiros de negócio, envolvendo cerca de 1500 pessoas, com o apoio de uma newsletter dedicada ao programa. «Foram identificadas mais de 500 iniciativas a desenvolver no âmbito do digital, que surgiram do levantamento efectuado junto das unidades de negócio, da identificação de oportunidades de fertilização cruzada e da comparação com melhores práticas de mercado. Finalmente, foram identificadas as competências do grupo em termos de talento, permitindo identificar as pessoas com os skills necessários para a aceleração digital que já colaboram com o grupo, nas suas diversas unidades de negócio», põe-nos a par José Ferrari Careto.
Neste âmbito, foram criados mecanismos de aceleração, já disponíveis para todo o grupo. E o director da Digital Global Unit da EDP detalha: a criação de uma Digital Factory na sede do grupo, na Avenida 24 de Julho, disponibilizando um espaço que permite a co-localização de pessoas dedicadas a uma iniciativa concreta, a agilização dos processos de procurement, permitindo a contratação muito rápida de serviços nas áreas relevantes, a criação de uma rede de parceiros com expertise nas diferentes tecnologias relevantes para o digital, e que possam contribuir com talento e conhecimento para a implementação de iniciativas e, finalmente, a contratação de pessoas que reforcem competências consideradas fundamentais para a EDP, como data scientists ou UX/UI designers.
Os mecanismos de aceleração já implementados permitiram uma redução significativa do time-to- -market, sendo actualmente possível começar a implementar uma ideia em poucas semanas, num processo muito rápido de decisão. «Também no desenvolvimento, através da adopção de metodologias agile, foi possível reduzir significativamente o tempo de entrega, o que alinha com o objectivo global de acelerar a transformação digital», partilha José Ferrari Careto.
O LADO HUMANO «Estamos a materializar e entregar uma visão digital para o grupo, de forma integrada, compatibilizando o reforço da autonomia das várias áreas da empresa com a obtenção de sinergias resultantes de fertilização cruzada e do desenvolvimento de iniciativas e de enablers multipurpose. As pessoas ganharam maior consciência sobre o digital, estão despertas para a necessidade de experimentar e adoptar novas metodologias de trabalho, e a desenvolver talento e disseminar conhecimento nestes domínios», esclarece o director da Digital Global Unit da EDP.
A tecnologia é um enabler dos negócios. Inf luenciados pelas experiências com grandes players tecnológicos como a Amazon, a Netflix ou a Uber, os consumidores esperam experiências idênticas dos seus fornecedores de energia. Por isso, a experiência de cliente está a mudar, mas vai continuar a ser uma das principais prioridades da EDP. «Estamos a usar a tecnologia para melhorar a qualidade de interacção e estreitar a relação com os nossos clientes. Exemplos disso são os simuladores interactivos para explorar novas soluções adaptadas ao cliente, o uso de chatbots que permitem reduzir os tempos de atendimento e resposta, e o desenvolvimento de novos serviços de smart home e smart mobility. Reduzir o time-to-market, maior agilidade e respostas mais rápidas são pontos essenciais para a mudança», garante.
Adicionalmente, há que considerar a experiência dos colaboradores da EDP, que segundo José Ferrari Careto pode ser melhorada, através de disponibilização de ferramentas que visem a produtividade, mas também o conforto na relação com a empresa e o desenvolvimento profissional. «O sucesso da digitalização só é possível se evoluirmos enquanto organização, razão pela qual visamos soluções que tenham impacto na cultura organizacional, nomeadamente através de soluções que sejam úteis em várias unidades de negócio e geografias.»
E todo este processo de digitalização assenta nas pessoas, já que são elas que utilizam a tecnologia. É por isso que é fundamental contribuir para uma transformação cultural, através da disseminação do digital e da adopção de novas formas de trabalhar, com modelos organizativos que potenciem a cooperação, a experimentação e a aprendizagem. «A localização das equipas em espaços de trabalho colaborativo facilita a interacção entre as áreas técnicas, as áreas de negócio e os parceiros, tornando mais rápido o desenvolvimento e o teste de novas soluções. A alteração da base tecnológica tem vindo a permitir o desenvolvimento de interfaces mais “user friendly”, melhorando a experiência dos colaboradores com as ferramentas de trabalho e a automatização de processos, reduzindo o tempo de resposta», adianta.
A adopção de novas formas de trabalhar representa sempre um desafio, face às formas mais tradicionais, que são aquelas que estamos habituados a utilizar. Ter equipas multidisciplinares, autónomas, integrando pessoas de vários departamentos e com tempo de qualidade dedicado a uma iniciativa nova, é claramente desafiante. «De igual forma, ter iniciativas desenhadas com base em MVP, em sprints curtos e que permitam ir a mercado antes de o produto estar totalmente acabado, representa um corte com a forma mais usual de trabalhar. São desafios normais nestes processos, que se ultrapassam com o tempo e com aprendizagens que só são possíveis através da experiência, por participação em projectos. Estamos a dar passos firmes nesse sentido e que serão certamente apostas ganhas», garante.
O sector energético é um dos mais afectados por esta mudança de paradigma, devido à crescente electrificação da sociedade e à crescente procura por energias renováveis, estando o uso do digital a repercutir-se ao longo de toda a cadeia de valor. Desta forma, e em linha com a posição da EDP no mercado não só português como internacional, quer ser pioneiro e continuar a destacar-se pela inovação, nomeadamente na gestão de activos e na relação com os clientes.
A capacidade de adaptação e a rapidez de resposta das organizações serão fundamentais nesta nova realidade. Empresas de maior dimensão, como é o caso da EDP, terão um desafio acrescido, mas a edp acredita que está a dar os passos necessários para garantir o sucesso neste domínio. «Agora existe sempre espaço para evoluir, crescer e aprender, principalmente num sector tão dinâmico como o da energia», conclui.