Católica Porto Business School: 20 anos de excelência, inovação e impacto global

Ao celebrar duas décadas de existência, o MBA Excutivo da Católica Porto Business School reafirma o seu compromisso com a excelência, a inovação e o impacto global. Além disso, a escola tem vindo a desenvolver uma estratégia de internacionalização e modernização curricular, que se reflecte na criação de novos cursos e programas imersivos que preparam os seus executivos para os desafios de um mercado cada vez mais exigente. A instituição procura manter-se competitiva, relevante e sempre atenta às tendências actuais e internacionais. Em entrevista à Executive Digest, João Pinto, Dean da Católica Porto Business School, fala de como o MBA Executivo se posiciona a nível internacional com destaque para as estratégias de inovação, desenvolvimento e parceria com as várias entidades.

Como equilibram a exigência de manter as acreditações Triple Crown com a necessidade de integrar temas emergentes como a Inteligência Artificial, tema sobre o qual realizaram uma conferência no início do ano?

A manutenção da “Triple Crown” exige um compromisso contínuo com os padrões das agências AACSB, AMBA e EQUIS, o que se reflecte num processo rigoroso de avaliação e actualização curricular em cada ciclo de acreditação. Em paralelo, a escola organiza regularmente diversas conferências e fóruns que antecipam desafios globais, como a 3.ª Conferência “Inteligência Artificial: Olhares Cruzados entre Ética, Direito e Tecnologia”, realizada em Março, que reuniu especialistas para debater as implicações éticas e legais da IA, bem como a formação transversal em todos os programas da CPBS, abrangendo docentes e alunos, garantindo que este tema permita uma integração pedagógica, de forma estruturada e alinhada com as exigências de acreditação, sendo um exemplo das muitas conferências, aulas abertas e webinares que fazemos sobre esta temática. Adicionalmente, oferecemos pós-graduações e programas intensivos (crash courses) dedicados exclusivamente ao tema de Inteligência Artificial.

Para além de também ser algo que abordamos ao nível dos centros de transferência de conhecimento, como são o INSURE.Hub (Innovation in Sustainability and Regeneration Hub) e o mais recente Católica Centre for Thriving Futures. Acerca desta temática, cumpre igualmente assinalar que a mesma transcende a mera abordagem académica, tecnológica e prática. Por exemplo, procedemos internamente à publicação de um Código de Conduta de Inteligência Artificial para alunos, docentes e funcionários, sendo que este documento descreve os usos e responsabilidades aceitáveis na Católica Porto Business School em relação às ferramentas de inteligência artificial (IA). O mesmo foi projectado para fornecer directrizes claras e accionáveis, promovendo um ambiente ético e inclusivo.

As semanas internacionais, agora com uma nova parceria com a WU Viena, continuam a ser um dos grandes diferenciais do vosso MBA Executivo. Que experiências oferecem aos alunos nessas semanas, e como contribuem para os preparar para desafios em mercados globais?

Na WU Viena, os participantes exploram temáticas como empreendedorismo, sustentabilidade e prospectiva estratégica, assistindo a palestras de executivos locais com a realização de visitas a empresas de referência, o que lhes permite articular os conceitos teóricos com a prática real da gestão internacional. Além disso, a semana contempla actividades de action learning e dinâmicas de grupo que desenvolvem a capacidade de adaptação cultural e fomentam o networking internacional, competências fundamentais para operar em múltiplos mercados. Esta nova semana veio reforçar outras semanas internacionais do MBA Executivo, como as que se realizam na ESADE, em Barcelona, ou na LUISS, em Roma, para além de outras experiências internacionais em contexto empresarial, conforme ocorreu em ocasiões anteriores. O sucesso desta e de outras semanas internacionais que fazemos lá fora e cá dentro, além das já referidas, originaram a recente criação das semanas executivas imersivas, com sete diferentes programas em áreas inovadoras e de tendência nos negócios, que podem também ser adaptadas. Estas semanas, de cariz internacional, realizam-se no Porto, destinadas a líderes globais de diversas nacionalidades.

De que forma a ética e a responsabilidade social estão incorporadas no currículo do MBA? Iniciativas como o Católica Centre for Thriving Futures também ajudam a formar líderes preparados para desafios de sustentabilidade?

A ética está presente em todos os cursos e programas da Católica Porto Business School, de todos os graus de ensino – licenciaturas, mestrados, pós-graduações e formação de executivos, incluindo a Teen Academy Young Enterprise, que desenvolvemos para pré-universitários. Através do Fórum de Ética da Católica Porto Business School que, anualmente, promove debates e estudos sobre temas de relevo em conferências abertas à comunidade académica e empresarial, realizam- se dinâmicas, também elas transversais, que permitem uma partilha de estudos de caso, melhores práticas e modelos de validação que permitem a capacitação dos alunos. Assim, também se aplicam estas componentes ao programa de MBA Executivo. Paralelamente, o Católica Centre for Thriving Futures, lançado em Abril de 2025, com o apoio de entidades como a Galp, desenvolve investigação aplicada em sustentabilidade regenerativa e oferece workshops que integram o conceito de “thriving” no currículo do MBA, capacitando os formandos para a tomada de decisões responsáveis, com impacto na criação de valor e no desenvolvimento de uma sociedade próspera, em todas as vertentes.

Consideram que oportunidades como as geradas no Career Day 2025 ou pelo programa Human & Leadership Skills têm impulsionado a progressão de carreira dos alunos?

Os Career Days são realizados anualmente, afectando muito positivamente os alunos de formação graduada e executiva. Reúnem, actualmente, mais de 150 empresas, incluindo organizações sem fins lucrativos, nacionais e internacionais, permitindo aos participantes explorar tendências de recrutamento e estabelecer contactos que, muitas vezes, se traduzem em estágios e ofertas de emprego. O programa Human & Leadership Skills, integrado no MBA Executivo, permite um prolongamento por dois anos após conclusão do curso, e reforça competências comportamentais e de liderança através de coaching e workshops práticos, o que lhes permite assegurar uma aplicação contínua das aprendizagens. Estas iniciativas resultam da aferição do próprio mercado, inclusive dos alumni da CPBS, que identificam as mesmas como críticas para uma contínua evolução pessoal, profissional, acompanhando a progressão de carreira e salarial.

A diversidade de perfis é uma prioridade? Como estão a atrair candidatos internacionais, e que sectores ou backgrounds profissionais estão hoje mais representados no MBA Executivo?

A Católica Porto Business School procura activamente perfis diversos nos vários graus de ensino. Não se trata de um exclusivo da formação de executivos ou do MBA Executivo. A diversidade manifesta-se de múltiplas maneiras: nacionalidades, género, idade, experiências profissionais e humanas, o que se reflecte no foco da escola, estando em consonância com os valores da escola e da Universidade Católica Portuguesa: possuir uma mentalidade global, centrada na pessoa, com visão humanista e universal.

Na componente internacional, para além de termos programas integralmente em inglês, mantém-se, desde há muitos anos, o nosso foco na lusofonia, sendo o português a quinta língua mais falada no mundo. E por isso, há muito que apostamos na ligação aos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, inclusive com parcerias com escolas estrangeiras para facilitar a mobilidade de candidatos e a construção de programas em parceria, abertos ou personalizado. Destacamos também o Programa Atlântico, uma pós-graduação internacional desenvolvida com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Católica de Luanda.

Apesar de ainda representarem uma percentagem modesta no MBA Executivo, há um aumento constante de inscritos de países lusófonos e europeus, sobretudo de gestores dos sectores de tecnologia, logística, finanças, direito e ciências da saúde, o que enriquece o debate em sala e amplia as perspectivas dos grupos de trabalho.

A vossa posição em rankings como o do Financial Times valida a qualidade do MBA Executivo. Que aspectos do programa têm sido mais destacados por avaliadores internacionais, e como planeiam manter essa excelência?

No Financial Times European Business School Ranking 2024, a CPBS figura entre as Top 100 escolas, destacando-se pela tripla acreditação EQUIS, AMBA e AACSB, pela relevância da investigação aplicada e pelo forte envolvimento empresarial através do Corporate Club. Os mecanismos de avaliação têm realçado a evolução salarial e profissional e a diversidade dos alunos, com uma relevante experiência profissional prévia, bem como o impacto da formação oferecida. Para manter a excelência, continuaremos a apostar na permanente inovação curricular e nas parcerias globais, avaliando métricas de desempenho em cada ciclo.

Em Fevereiro, lançaram uma nova pós-graduação em Logística e Cadeia de Abastecimento. Como foi identificada essa necessidade e de que formas temas como logística e análise de dados, em que possuem conhecimento especializado, estão a ser incluídos no MBA Executivo?

A crescente complexidade das cadeias globais permitiu-nos lançar a Pós-Graduação em Logística e Cadeia de Abastecimento, em parceria com a APLOG e acreditada pela European Logistic Association, com módulos práticos, visitas industriais e um “módulo de homogeneização online”. A necessidade foi identificada pela interacção com diversos parceiros, desde alumni e docentes, incluindo a APLOG – Associação Portuguesa de Logística. A CPBS promove diversas iniciativas, de carácter formal, que desafiam os seus stakeholders a apresentar sugestões de melhoria, necessidades sectoriais ou transversais. A organização encontra-se em permanente interacção, permeabilidade e vontade de contribuir para a sociedade.

No MBA Executivo, existe uma unidade curricular de Operações e Cadeia de Abastecimento nos três principais módulos que estruturam o programa – Starting a Business, Nurture and Grow e Master and Sustain. A importância dada a esta área coincide com as necessidades identificadas pelo mercado.

Com iniciativas como o já referido Career Day e novas colaborações, como com a SPJIMR, na Índia, que oportunidades práticas os alunos podem esperar, tanto em networking como em projectos aplicados?

A parceria com o SP Jain Institute of Management & Research (SPJIMR) oferece vagas para intercâmbios, projectos conjuntos e acesso à rede de alumni da escola, facilitando o contacto com o mercado indiano e asiático. Estas colaborações, aliadas ao Career Day, materializam-se em desafios empresariais reais, workshops de resolução de problemas e sessões de mentoria com líderes convidados, potenciando o networking e a aplicação prática dos conhecimentos.

A Porto Summer School in Machine Learning e os Programas Imersivos em Inglês são um sinal claro de inovação. De que forma complementam o MBA Executivo e que tipo de feedback têm recebido?

A Porto Summer School in Machine Learning é um workshop prático em Machine Learning e Natural Language Processing orientado para finanças e contabilidade, sem requerer formação em programação, o que permite expandir as competências técnicas dos alunos.

As Executive Immersive Weeks, programas totalmente em inglês, lançados em Março de 2025, contemplam sete tópicos. Estes sete programas decorrem durante cinco dias seguidos, realizados em datas diferentes, permitindo obter micro-credenciais e um Advanced Management Certificate personalizado, a quem optar por realizar três semanas de formação. Nestes programas, destacam-se a intensidade do learning-by-doing e a relevância imediata das ferramentas adquiridas em contexto profissional. Foram desenvolvidos sete programas em temas emergentes e muito relevantes, resultado da interacção permanente com diferentes stakeholders da escola.

Estes programas, que complementam o MBA, destinam-se a quem procura uma actualização de conhecimentos mais curta e em temas emergentes, mas com uma dinâmica igualmente diversificada e muito activa, com uma forte componente prática em contexto de sala de aula, visitas a empresas e debates com convidados, com networking internacional e global. O MBA tem uma duração mais longa, é um programa mais completo e abrangente, com uma relação de médio e longo prazo com as empresas, professores e alunos, com oferta de maior profundidade nas temáticas abordadas.

O vosso MBA Executivo celebra 20 anos. Como estão a assinalar este marco e que iniciativas estão previstas para reforçar a ligação à vossa rede de graduados?

As celebrações iniciaram-se em 2024 com uma grande conferência em Junho, onde reunimos mais de 150 empresários. A 20ª edição abriu ainda em Outubro de 2024. Para assinalar este marco, a CPBS iniciou a extensão do programa Human & Leadership Skills, com novas parcerias internacionais, entre as quais a WU – Vienna University of Economics and Business, na Áustria, e a introdução da unidade de Business Plan. Foram agendados eventos de homenagem aos alumni, incluindo a cerimónia de diploma e fóruns de partilha de experiência, bem como encontros regionais e internacionais promovidos pelo Alumni Office, reforçando o espírito de comunidade e promovendo oportunidades de mentoring e negócio entre gerações de formandos.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-Graduações & Formação de Executivos”, publicado na edição de Maio (n.º 230) da Executive Digest.