Cabaz alimentar volta a descer de preço embora com produtos mais de 10% mais caros: carapau e pescada fresca são os ‘campeões’ dos aumentos

No início deste ano, a 1 de janeiro, o cabaz alimentar custava menos 4,22 euros (menos 1,8 por cento). Já no início de 2022, os consumidores gastavam menos 52,68 euros (menos 28,1%) para comprar exatamente os mesmos produtos alimentares

Executive Digest com DECO PROTeste
Setembro 18, 2025
17:21

Entre 10 e 17 de setembro, o cabaz alimentar ficou 27 cêntimos mais barato e custa agora 240,38 euros. Ainda assim, este é um dos preços mais elevados desde que a organização de defesa do consumidor começou a acompanhar o preço deste cesto de bens essenciais.

No início deste ano, a 1 de janeiro, o cabaz alimentar custava menos 4,22 euros (menos 1,8 por cento). Já no início de 2022, os consumidores gastavam menos 52,68 euros (menos 28,1%) para comprar exatamente os mesmos produtos alimentares.

Em comparação com o ano passado, a 18 de setembro, o carrinho de compras custava menos 13,08 euros (menos 5,76 por cento). Entre 18 de setembro de 2024 e 17 de setembro de 2025, os produtos com maiores aumentos foram o café torrado moído (mais 1,85 € ou 59%), os ovos (mais 0,57 € ou 38%), a carne de novilho para cozer (mais 2,98 € por quilo ou 34%) e a dourada (mais 2,25 € por quilo ou 33 por cento).

Como é calculado o preço do cabaz?

Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.

Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.

Quais os produtos que mais aumentaram?

Na última semana, entre 10 e 17 de setembro, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram o carapau e a pescada fresca.

Se compararmos os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a 1 de janeiro de 2025, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como os brócolos (mais 44%), a laranja (mais 33%), o café torrado moído (mais 30%) e os ovos (mais 28 por cento).

Já desde que a DECO PROteste iniciou esta análise, a 5 de janeiro de 2022, os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 104%), os da laranja (mais 83%) e os dos ovos (mais 81 por cento).

Carne e peixe foram as categorias de alimentos com maiores aumentos (mais 40% e mais 34%, respetivamente), face a 17 de fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia, no final de fevereiro de 2022.

Porque aumentaram os preços dos alimentos nos últimos três anos?

A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia de covid-19 e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.

Taxa de inflação volta a acelerar em agosto
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas, depois de três meses consecutivos a descer. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, em julho fixou-se nos 2,6%, e, em agosto, atingiu os 2,8 por cento.

Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.