A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa enfrenta uma crise financeira significativa, com um buraco estimado em 100 milhões de euros. Segundo o Relatório e Contas de 2023, os 49 milhões de euros investidos na Santa Casa Global foram perdidos. Este montante inclui 31,4 milhões de euros em transferências e garantias bancárias ou cartas de conforto para empréstimos, totalizando 17,6 milhões.
Os documentos a que a ‘Renascença’ teve acesso mostram que a tentativa de internacionalização da Santa Casa resultou num rombo significativo nas contas da instituição. Além disso, a compra de 55% do hospital da Cruz Vermelha envolveu a transferência de quase 30 milhões de euros, e a Sociedade de Apostas Sociais (SAS), proprietária da Placard.pt, recebeu mais de 13 milhões em transferências. No total, a Santa Casa tem cerca de 99 milhões de euros por recuperar.
A tesouraria da instituição tem estado em queda nos últimos quatro anos, com uma perda acumulada de 176 milhões de euros, revela a mesma fonte. Em 2022, a Santa Casa tinha apenas 41 milhões de euros em caixa, valor considerado insuficiente pela provedora Ana Jorge para reforçar o orçamento anual.
Para 2024, a administração exonerada de Ana Jorge estima um aumento de 12% nas receitas provenientes dos jogos sociais, projetando alcançar 214 milhões de euros. No entanto, as receitas têm mostrado uma tendência de queda nos últimos anos, com uma redução de 10% nos primeiros três meses de 2023 em comparação com o orçamentado. Já os custos com pessoal diminuíram 1,7 milhões de euros devido à redução das transferências para o Fundo de Pensões, embora as atualizações salariais tenham elevado os custos para 155,3 milhões de euros.














