Bruxelas oficializa organismo contra casos de corrupção após ‘Qatargate’

Executivo comunitário dá conta de que será hoje assinado, em Bruxelas, um acordo desta com todas as restantes instituições da UE sobre a criação do primeiro Organismo Interinstitucional de Normas de Ética, tal como proposto pela Comissão Europeia no ano passado

Executive Digest com Lusa
Maio 15, 2024
13:55

A Comissão Europeia oficializa hoje a criação do Organismo Interinstitucional de Normas de Ética, destinado aos membros das instituições da União Europeia (UE) para combater casos de corrupção como o escândalo conhecido como ‘Qatargate’ através de normas comuns.

Em comunicado, o executivo comunitário dá conta de que será hoje assinado, em Bruxelas, um acordo desta com todas as restantes instituições da UE sobre a criação do primeiro Organismo Interinstitucional de Normas de Ética, tal como proposto pela Comissão Europeia no ano passado.

“O órgão estabelecerá normas comuns para a conduta ética dos membros e um mecanismo formal de coordenação e troca de pontos de vista sobre os requisitos éticos entre as instituições. Graças a estes desenvolvimentos, os responsáveis políticos da UE ficarão sujeitos a normas comuns, claras, transparentes e compreensíveis”, argumenta a instituição.

Presentes na cerimónia estarão a vice-presidente da Comissão Europeia para os Valores e a Transparência, Vera Jourová, bem como a ministra dos Negócios Estrangeiros belga, Hadja Lahbib, em representação do Conselho da UE (instituição que junta os Estados-membros do bloco europeu e atualmente sob a presidência da Bélgica).

Participarão ainda o presidente do Tribunal de Justiça da UE, Koen Lenaerts, o presidente do Comité Económico e Social Europeu, Oliver Röpke, e o vice-presidente do Comité das Regiões, Luca Menesini.

O Parlamento Europeu e o Banco Central Europeu estarão representados através de mensagens em formato vídeo das respetivas presidentes, Roberta Metsola e Christine Lagarde.

Após a assinatura de hoje, segue-se a publicação no Jornal Oficial da UE e, 20 dias depois, o acordo entra em vigor.

“O organismo estará plenamente operacional o mais rapidamente possível, depois de as instituições participantes terem nomeado os seus candidatos a membros”, adianta a Comissão Europeia.

A ideia é implementar normas comuns e transparentes sobre questões como a receção de ofertas, hospitalidade e viagens oferecidas por terceiros, medidas de condicionalidade e transparência, juros e ativos a declarar, atividades paralelas ou externas e atividades pós-mandato de antigos membros.

Com o Organismo Interinstitucional de Normas de Ética pretende-se também aplicar um quadro comum em matéria de controlo do cumprimento e acompanhamento.

O anúncio para este novo organismo foi feito na sequência do escândalo de corrupção que ficou conhecido como ‘Qatargate’, que envolveu membros (políticos, funcionários, lobistas) do Parlamento Europeu e famílias, acusados de crimes de lavagem de dinheiro e crime organizado após ofertas do Qatar para tentar alegadamente comprar influência na assembleia europeia.

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