O Partido dos Trabalhadores (PT) encerra hoje o seu encontro nacional em Brasília, marcado pela aprovação de um novo documento estratégico que orientará a atuação da sigla até 2029 e pela posse oficial de Edinho Silva como presidente nacional do partido. O presidente Lula da Silva participa do ato político de encerramento, reforçando a centralidade da sua candidatura à reeleição em 2026 no horizonte da militância.
O texto aprovado ao longo do fim de semana destaca a necessidade de construir uma “ampla frente democrática” com partidos e movimentos sociais para sustentar a nova candidatura de Lula. O documento também sublinha a importância de estreitar o diálogo com evangélicos e melhorar a comunicação institucional do partido, do governo e dos aliados.
“Para vencê-la [a eleição de 2026], além de fazer a mais ampla aliança democrática possível, de partidos e organizações sociais, precisamos constituir um vasto movimento popular, que vá além do campo político e incorpore milhões de pessoas comuns que acreditam na liberdade e na democracia”, afirma a tese aprovada, apresentada pela corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB).
Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e coordenador da campanha de Lula em 2022, assumiu hoje formalmente a presidência nacional do PT. Em declarações anteriores ao portal g1, o novo líder da sigla classificou a candidatura de Lula como o “maior desafio” da legenda nos próximos anos.
A sua gestão irá até 2029 e deverá priorizar o reforço das alianças com forças que apoiaram Lula nas eleições anteriores e a abertura a setores fora da esquerda tradicional.
Outro momento simbólico do encontro foi o regresso de José Dirceu à direção nacional do partido. O ex-ministro da Casa Civil, que voltou a ser elegível após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, ocupará uma das vagas atribuídas à CNB no diretório nacional.
Figura histórica do PT e condenado nos processos do mensalão e da Lava Jato, Dirceu tem vindo a retomar protagonismo político desde a campanha de 2022 e prepara-se para uma possível candidatura à Câmara dos Deputados em 2026.
A nova tese política do partido deverá também incluir críticas às recentes sanções impostas pelos Estados Unidos, durante a administração de Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Esta semana, o governo norte-americano confirmou a aplicação de tarifas de 50% sobre várias importações provenientes do Brasil, além de medidas contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
No plano internacional, o documento condena ainda a atuação de Israel na Faixa de Gaza, classificando o conflito como um “genocídio”. No ato de abertura do evento, na passada sexta-feira, houve um momento específico de solidariedade com o povo palestiniano.
A diretriz política agora aprovada reforça que a comunicação entre o PT, o governo e a sociedade civil precisa ser revista e dinamizada. “A batalha vai muito além da publicidade oficial”, lê-se no texto, que aponta a necessidade de uma “nova postura no diálogo com a sociedade”.
Outro ponto destacado é a urgência de o partido se envolver mais diretamente no debate sobre segurança pública, reconhecendo que o tema continua sem uma solução eficaz e requer uma abordagem renovada.














