Uma criança nascida no passado dia 26 detém agora o recorde de “bebé mais velho”, segundo a publicação ‘MIT Technology Review’. Thaddeus Daniel Pierce nasceu há menos de um semana, mas desenvolveu-se a partir de um embrião que esteve armazenado durante 30 anos e meio. “Tivemos um parto difícil, mas agora estamos bem”, disse a mãe, Lindsey Pierce, à revista.
“Ele está tão em paz. Estamos tão maravilhados por termos este lindo bebé!”, acrescentou Lindsey, que mora no Ohio com o marido, Tim Pierce. Os dois adotaram o embrião de um doador cristão em 1994: a mãe garantiu que a sua família e congregação religiosa acreditam que é “como algo saído de um filme de ficção científica”.
Ora, Thaddeus tem uma irmão de 30 anos, sendo que o pai atual era um bebé quando foi criado o embrião do recém-nascido. “Tem sido bastante surreal”, indicou Linda Archerd, de 62 anos, a mulher que doou o embrião. “É difícil de acreditar.”
A história começa no início da década de 1990. Archerd tentava engravidar sem sucesso há seis anos. Ela e o marido decidiram tentar a fertilização in vitro, uma tecnologia relativamente nova na época. “As pessoas não sabiam disso”, diz Archerd. “Muitas pessoas perguntavam: ‘O que estão a fazer?'” Em maio de 1994, conseguiram criar quatro embriões. Um deles foi transferido para o útero de Linda. O resultado foi uma menina saudável.
“Tive a sorte de ter um bebé”, diz Archerd. Os três embriões restantes foram criopreservados e mantidos num tanque de armazenamento, isto há 31 anos. A menina saudável agora é uma mulher de 30 anos com a sua própria filha de 10 anos. Mas os outros três embriões permaneceram congelados no tempo. Archerd planeava usá-los nela mesma.
“Eu sempre quis desesperadamente outro bebé”, disse. “Chamava-os de minhas três pequenas esperanças.” Archerd divorciou-se, mas obteve a custódia dos embriões e guardou-os, na esperança de usá-los algum dia, talvez com outro parceiro. Isso envolvia o pagamento de taxas anuais de armazenamento, que aumentavam com o tempo e acabavam por custar a Archerd cerca de mil dólares por ano, explicou a ‘MIT Technology Review’.
Viria a descobrir a “adoção” de embriões. Esse é um tipo de doação de embriões em que tanto doadores como recetores têm poder de decisão sobre com quem os seus embriões serão “colocados” ou “adotados”.
A doação é supervisionada por agências, geralmente explicitamente religiosas, que acreditam que um embrião é moralmente equivalente a um ser humano. Existem várias agências que oferecem esses serviços de adoção nos EUA, mas nem todas aceitam embriões armazenados por muito tempo.
O processo de compatibilidade foi baseado nas preferências da família doadora. Archerd preferia um casal caucasiano, cristão e casado, residente nos Estados Unidos. “Eu não queria que eles saíssem do país”, diz Archerd. “E ser cristão é muito importante para mim, porque eu sou.” Encontrar uma compatibilidade levou algum tempo. Eles finalmente encontraram Tim e Lindsey Pierce, de Ohio, os pais do “bebé mais velho do mundo”.














