O Banco Central Europeu (BCE) não está a dar tréguas ao combate à inflação, e depois de em junho ter anunciado uma nova subida de 25 pontos-base nas taxas de juro, a reunião de hoje deve ficar marcada por mais uma escalada, concordam os especialistas.
Atualmente, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito situam-se nos 4,00%, 4,25% e 3,50%, respetivamente.
Na reunião de junho registou-se a oitava subida consecutiva das taxas de juro por parte do regulador europeu desde julho de 2022… e os especialistas acreditam que a escalada não vai parar.
“Lagarde já tinha declarado na última reunião de Junho, que era muito provável uma subida das taxas em julho e que o BCE não estava a considerar uma pausa. Apesar dos sinais de um novo abrandamento em junho, incluindo a confirmação de que a Zona Euro entrou numa recessão técnica no primeiro trimestre de 2023, a inflação continua a ser a principal preocupação do BCE, e prevê-se que uma subida da taxa de 25 pontos base seja quase certo”, diz Nuno Mello, analista da XTB.
Na Zona Euro, o BCE continua a debater-se com o problema da inflação, e o índice de base mostra que a tendência de desinflação evidente nos EUA ainda não atravessou o Atlântico. “A ligeira revisão em alta da semana passada do índice de inflação de junho confirmou que o BCE ainda tem trabalho a fazer”, considera David-Brito, Diretor-Geral da Ebury.
Ricardo Evangelista, Analista Sénior da ActivTrades, partilha da mesma opinião de uma subida de 25 pontos-base nas taxas de juro na reunião de hoje, no entanto, considera que esta decisão vai mudar muito pouco os mercados que “já descontaram este cenário há bastante tempo”.
E o que esperar até ao final do ano?
“Ainda persiste alguma incerteza – tudo vai depender do cenário macro e do comportamento da inflação na Zona Euro, mas se calhar o mais provável é que o BCE volte a subir mais uma vez 25 pontos base, provavelmente em setembro, ou outubro”, considera Ricardo Evangelista.
Nuno Mello também acredita que o BCE vai deixar “a porta aberta para outra subida da taxa de 25 pontos-base na reunião de setembro”,
“Os dados da Zona Euro começaram a evoluir na direção certa, na perspetiva do BCE. Indicadores PMI recentes sugerem que a fraqueza observada na indústria transformadora se está a propagar também ao sector dos serviços e, se essa fraqueza se intensificar, também o mercado de trabalho e as pressões sobre os preços deverão abrandar”, sublinha o analista da XTB, acrescentando que é “demasiado cedo para o BCE considerar seriamente uma pausa”.














