
BCE e BoE devem subir taxas de juro em 50 pontos-base. É o “compromisso dos bancos centrais em controlar a inflação”, diz analista
O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco de Inglaterra (BoE) voltam esta quinta-feira a reforçar o seu compromisso no combate à inflação, e vão anunciar após as suas reuniões mais uma subida das taxas de juro de referência.
Os analistas esperam que tanto o BCE como o BoE aumentem em 50 pontos-base (pb) a taxa de juro.
“Estas subidas das taxas de juro refletem o compromisso dos bancos centrais em controlar a inflação, sendo que essa necessidade faz-se sentir mais intensamente do lado de cá do Atlântico, onde os números continuam mais elevados e daí a maior subida dos juros na Zona Euro e na Grã-Bretanha”, explica Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades.
Para o analista, permanece a incerteza face à possibilidade de uma recessão. “A principal preocupação dos bancos centrais neste momento será controlar a inflação, mas sem estrangular demasiado a atividade económica através de uma política monetária demasiado restritiva. Daí que as taxas continuem a subir, mas que tal aconteça agora de forma mais moderada”.
Num cenário onde os bancos centrais começam a moderar a sua postura hawkish, o apetite pelo risco tem vindo a crescer nas últimas semanas.
Olhando para o calendário anual de reuniões dos bancos centrais, prevê-se que o BCE suba novamente as taxas de juro em 50pb em fevereiro e março, e mais 25pb em maio e junho, atingindo a taxa terminal de 4%.
No que respeita ao BoE, este deve aumentar em 50pb em fevereiro, 25pb em março e mais 25 pb até junho com a taxa terminal a ser de 4.5%.
Do outro lado do Atlântico, a Fed deve subir as taxas de juro em 25 pb em fevereiro e março, atingindo a taxa terminal de 5%.