Um movimento de protesto sonoro está a mobilizar cidadãos por todo o país para se juntarem, diariamente às 20h, a uma “panelada nacional” em solidariedade com o povo palestiniano. A iniciativa, intitulada “Panelada Nacional pela Palestina – Contra a Fome em Gaza”, visa alertar para a grave crise humanitária no enclave palestiniano, onde o bloqueio imposto por Israel tem agravado de forma dramática o acesso a alimentos, água potável e cuidados médicos.
Durante dois minutos, à hora do jantar, os participantes são convidados a bater panelas, frigideiras ou outros utensílios domésticos nas janelas, varandas e portas das suas casas. O objetivo é simples, mas poderoso: recordar que, enquanto muitos jantam em segurança, há milhares de crianças e adultos em Gaza a morrer de fome.
“São as panelas vazias de toda a Palestina. O barulho incomoda toda a gente e temos de nos fazer ouvir”, explica Isabel Oliveira, uma das organizadoras da iniciativa, citada pelo Público. “Acho que os nossos governantes não estão a representar a vontade do povo”, acrescenta. “É fundamental mostrar ao nosso Governo e ao mundo que Portugal não aceita a fome na Palestina.”
A iniciativa pretende manter viva, no quotidiano dos portugueses, a consciência da tragédia humanitária que se desenrola em Gaza, e apela a uma posição política mais firme por parte do Governo português face ao bloqueio israelita.
Além do protesto sonoro, os organizadores apelam também a quem possa doar que o faça a organizações de ajuda humanitária com presença e experiência no terreno, uma das formas mais diretas e eficazes de apoiar as vítimas do conflito.
Com a intensificação do cerco israelita ao território, tornar possível a entrega de alimentos, água, medicamentos e apoio médico torna-se cada vez mais difícil, alertam várias organizações internacionais.
A “panelada” tem como principal missão evitar que a situação em Gaza caia no esquecimento mediático e político, e surge como forma simbólica, mas persistente, de exigir ações concretas e imediatas por parte das autoridades portuguesas e da comunidade internacional.














