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XXVIII Barómetro Executive Digest: Nuno Pinto de Magalhães, Central de Cervejas e Bebidas

A análise de Nuno Pinto de Magalhães, Presidente do Conselho de Administração / Chairman da Central de Cervejas e Bebidas

Antes de entrar a comentar as respostas ao habitual barómetro da ED gostaria de referir que estou no final de Janeiro e após ouvir um Conferencista que muito considero na CCIP, menos pessimista, não quer dizer optimista, que estava no final do ano anterior, embora a incerteza e a imprevisibilidade, continuem a pairar, temos de continuar de Navegar à vista que os Portugueses sabem bem fazer…
Boas notícias a Alemanha que previa recessão para este ano, perspectiva agora crescimento de 0,2% e o RU que também previa recessão, tem agora previsão de crescimento de 0,1%! A abertura antecipada da China é também um bom sinal para a economia global. Esta abertura tem tendência para um caminho de normalização global na cadeia de fornecimentos, muito perturbada em 2022. Verifica-se também uma descida nos preços de energia pelo lado de menos procura ou de mais oferta… A UE reduziu e vai continuar a reduzir a dependência energética da Rússia. Este inverno foi menos frio na Europa, consumiu menos energia… Temos em Portugal um oportunidade única a BAZUCA PRR, temos de ser mais eficazes e competentes na sua utilização… esta medida significará 0,7% no pib de 2023 se for bem executada. Prevê-se também um ano fantástico de Turismo, com a expectativa de o seu impacto no pib ser o maior de sempre, acima de 2 dígitos! Preocupante a guerra está para durar e possivelmente até para escalar, fechado o inverno em Março retomam as iniciativas terrestes. Até onde vai a inflação e a subida de taxas de juros, as perspectivas em 2023 não parecem ser de ainda de descida… Temos de viver com mais cuidado na gestão das dividas…
Agora olhando para as respostas ao 28 questionário da Barómetro da Executive Digest elas manifestam na sua generalidade, um maioritário consenso sobre a performance de 2022 e as expectativas/ percepções sobre 2023. Sobre 2022 , 77% dos inquiridos manifestaram que os objectivos definidos foram cumpridos, tendo inclusive 41%, destes 77%, referido que os ultrapassaram! Pode-se concluir que, apesar de tudo o que se passou, 2022 foi um bom ano para a larga maioria!
Para 2023 verifico que existe uma grande prudência, para não dizer outra coisa. 43% prevê um crescimento da Economia Portuguesa entre 0.5% e 1% e 36% entre 1% e 2%… Em todo o caso quando questionados se prevêm crescimento dos seus negócios em 2023, face a 2022, 77% dizem que sim…
As grandes desafios que existem em 2023 são o Aumento de custos, 62% , e a possível contração da Economia 51%… Não deixa de ser interessante e é muito real da actual situação da crise de RHs que 36% refiram, nesta rubrica, Atrair e Reter Talento.
Em termos de riscos de podem afectar os negócios, a grande maioria, 77%, aponta o aumento das taxas de juro, a crise energética e a inflação, enquadrada na incerteza económica e geopolítica.
De relevar a importância dos ESG no foco das empresas, 59% referem o efeito na reputação da marca e 46% como factor crítico no crescimento a logo prazo. De referir ainda que 62% das respostas sabem indicar o seu orçamento de i&d para 2023, 18% acima de 5% da facturação e 44% entre 1% e 5%.
Por fim a melhoria das capacidades tecnológicas internas, 41% , são o principal motivador da estratégia de desenvolvimento e investigação.

Testemunho publicado na edição de Fevereiro (nº. 203) da Executive Digest, no âmbito da XXVIII edição do seu Barómetro.