XXVIII Barómetro Executive Digest: José Miguel Leonardo, Randstad Portugal

A análise de José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal

Se em finais de 2022 ainda pensávamos que desafios poderiam marcar o início do ano, este 28º barómetro da Executive Digest só comprova que a maior preocupação pelo cenário incerto da economia, estava certa. Responder ao aumento dos custos, lidar com a contração da economia e atrair e valorizar o talento são os principais desafios apontados pelas empresas e este primeiro mês confirma as perspectivas. E a verdade é que podemos interligar estes desafios, pois com um cenário incerto e a natural resposta da inflação, as empresas optam por caminhar de forma mais conservadora em aspectos de inovação e desenvolvimento. Mas se estes desafios refletem uma fragilidade, no outro espectro temos a permanente dificuldade em atrair e reter talento. E foquemos no primeiro, pois a escassez de talento mostra que a atração de novos profissionais é um tema que as empresas devem priorizar. É que mesmo com este cenário socioeconómico, os talentos têm as suas prioridades bem presentes, como podemos ver no mais recente estudo Workmonitor da Randstad. Mais de 90% dos profissionais em Portugal procuram o melhor dos dois mundos, uma situação profissional estável (95%) mas flexível (91%), ou seja, que responda ao que mais valorizam, a conciliação entre a vida profissional e pessoal.
Nestes dados estão as pistas principais que as organizações devem seguir, para que construam uma estratégia de atração “à prova de bala”. Mas está aqui também um voto de confiança dos profissionais nas empresas, por acreditarem numa realidade de estabilidade, mesmo perante o ano que prevemos. É por isso responsabilidade nossa, das lideranças, responder a este voto e trabalhar nesta que é a nova balança ideal de flexibilidade e segurança.

Testemunho publicado na edição de Fevereiro (nº. 203) da Executive Digest, no âmbito da XXVIII edição do seu Barómetro.