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XLI BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Ricardo Martins, Cegoc

A análise de Ricardo Martins, CEO da Cegoc

Os dados do 41.º Barómetro da Executive Digest confirmam uma perceção positiva, mas cautelosa, da evolução recente da atividade económica. É encorajador verificar que 66% das organizações sentiram um arranque de ano mais forte face a 2024, o que demonstra um claro sinal de recuperação e dinamismo empresarial. Este sentimento é reforçado por 74% dos inquiridos que perspetivam um crescimento moderado nos seus setores — um crescimento realista, mas aparentemente sustentado. Na CEGOC, vemos esta tendência refletida na procura crescente por soluções de desenvolvimento de talento, transformação de competências e busca por quadros intermédios e lideranças de topo. As empresas estão a investir em capacitação e atração de talento — mesmo num cenário político volátil — o que confirma que o talento continua a ser um fator crítico de diferenciação.

Ainda assim, não podemos ignorar o impacto da instabilidade política. A maioria dos decisores empresariais reconhece que as eleições legislativas antecipadas abalaram a confiança, embora a maioria assuma que o impacto nas suas estratégias de investimento será limitado no curto prazo. Isto mostra um tecido empresarial resiliente, mas que espera clareza e compromisso reformista do novo Governo — sobretudo em áreas como fiscalidade, crescimento económico e execução do PRR. As prioridades atribuídas ao novo governo — nomeadamente o foco no crescimento económico (61%) e na redução da carga fiscal (IRS e IRC) — demonstram uma vontade clara de ver reformado o quadro estrutural de suporte ao investimento. É tempo de corresponder à confiança demonstrada.

Testemunho publicado na edição de Abril (nº. 229) da Executive Digest, no âmbito da XLI edição do seu Barómetro.