barometro

XL BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Luís Ribeiro, novobanco

A análise de Luís Ribeiro, Administrador do novobanco

Os resultados do inquérito refletem razoavelmente bem o enquadramento e perspetivas económicas atuais. Por um lado, temos uma conjuntura externa marcada por uma incerteza elevada, com as repetidas ameaças de introdução de tarifas por parte dos EUA e com a guerra na Ucrânia a fragilizarem a Europa. Por outro lado, num contexto europeu e global incerto, a economia portuguesa continua a apresentar perspetivas relativamente favoráveis. A atividade em Portugal deverá continuar a crescer acima da média da Zona Euro em 2025, com desempenhos favoráveis dos serviços de turismo e transportes mas, também, com contributos crescentes de atividades de maior valor acrescentado (consultoria, IT, serviços técnicos). Espera-se também que o consumo privado e o investimento tenham contributos positivos para o crescimento, no 1º caso via aumento do emprego e do rendimento disponível, no 2º caso com alguma aceleração do PRR. E Portugal deverá continuar a beneficiar de uma perceção externa positiva, dada a recente evolução favorável das contas públicas e externas. Os resultados do inquérito ilustram também os riscos de complacência face a este quadro positivo. A economia portuguesa não é imune a uma guerra comercial com os EUA, com os sectores dos alimentos e bebidas, farmacêutico e químico, têxtil, metalúrgico, moldes e energético na linha da frente dos impactos de tarifas. Mantém-se, ainda, a perceção de urgência de reformas estruturais e de investimentos em IT e na digitalização, que aumentem a flexibilidade, eficiência e produtividade da economia, tornando-a mais resistente a choques externos.

Testemunho publicado na edição de Fevereiro (nº. 227) da Executive Digest, no âmbito da XL edição do seu Barómetro.