Avião da China violou pela primeira vez espaço aéreo japonês. Tóquio ativou caças

O Japão denunciou nesta segunda-feira uma incursão inédita no seu espaço aéreo por parte de um avião militar chinês. De acordo com o Ministério da Defesa japonês, um avião de reconhecimento Y-9 da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China entrou brevemente no espaço aéreo do arquipélago japonês, marcando a primeira violação deste tipo na história recente.

Pedro Gonçalves
Agosto 26, 2024
16:57

O Japão denunciou nesta segunda-feira uma incursão inédita no seu espaço aéreo por parte de um avião militar chinês. De acordo com o Ministério da Defesa japonês, um avião de reconhecimento Y-9 da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China entrou brevemente no espaço aéreo do arquipélago japonês, marcando a primeira violação deste tipo na história recente.

O incidente ocorreu nas imediações das ilhas Danjo, um arquipélago desabitado localizado ao largo da costa da prefeitura de Nagasaki, no sudoeste do Japão. Segundo o comunicado oficial, o avião chinês penetrou no espaço aéreo japonês por um período de dois minutos, entre as 11h29 e as 11h31 locais (2h29-2h31 GMT), antes de sair da área.

Em resposta a esta intrusão, as Forças Aéreas de Autodefesa do Japão reagiram rapidamente, ativando caças e realizando manobras de descolagem de emergência. Também foram emitidas notificações e advertências para o avião chinês, conforme detalhado no comunicado do Ministério da Defesa.

O Ministério também divulgou uma fotografia do avião Y-9 tirada durante a violação, reforçando a gravidade da situação. O Y-9 é um avião de transporte militar que também desempenha funções de recolha de inteligência, utilizando técnicas de interceção de sinais eletrónicos. Esta aeronave é frequentemente usada pelo exército chinês para operações de reconhecimento.

Nos últimos anos, as intrusões de aeronaves chinesas nas Zonas de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do Japão tornaram-se mais frequentes, acompanhando a crescente assertividade militar da China na região. No entanto, este incidente representa a primeira vez que uma aeronave chinesa entra diretamente no espaço aéreo soberano do Japão, que, ao contrário da ADIZ, é claramente delimitado por tratados internacionais e começa a 12 milhas náuticas da costa japonesa.

A escalada das tensões na região é uma preocupação crescente para o Japão, que tem reforçado a sua vigilância e capacidade de resposta a ameaças aéreas, num contexto de crescente rivalidade estratégica com a China.

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