
Portugueses recorrem cada vez mais aos medicamentos para conseguirem dormir. Só no ano passado, deixaram 87,39 milhões de euros nas farmácias
Os portugueses estão com maior dificuldade em dormir e , por isso, recorrem cada vez mais a fármacos para os problemas de sono. No ano passado, gastaram-se 87,39 milhões de euros nas farmácias portuguesas, mais 10 milhões do que no mesmo período do ano anterior.
Os números são da consultora IQVIA Portugal, cedidos ao JN, e mostram que a venda de medicamentos sujeitos a receita médica totalizou 67,3 milhões de euros.
É uma ligeira redução de 1% face a 2021 mas, por outro lado, disparou em flecha a procura por medicamentos para dormir não sujeitos a receita médica, que cresceram 95% em termos de embalagens vendidas e mais de que duplicaram no total gasto nas farmácias num ano (crescimento de 114%), para mais de 20 milhões de euros.
A coordenadora Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), Mafalda van Zeller, considera que o aumento do consumo deste tipo de fármacos “é preocupante” já que estes podem mascarar problemas de sono mais graves “que devem ter um acompanhamento diferenciado”.
A especialista alerta que quem tem dificuldades em dormir deve procurar ajuda profissional, através do médico de família. Os casos que necessitem de diagnóstico e tratamento mais específico, são depois encaminhados para especialistas de outras áreas. A médica sublinha que os problemas de sono, cada vez mais comuns, têm impactos na saúde física e mental.