Itália: Presidente dissolve parlamento. Eleições antecipadas podem acontecer no outono

Depois de o Primeiro-ministro ter hoje apresentado a sua demissão, o Presidente de Itália, Sergio Mattarella anunciou a dissolução do parlamento e a realização de eleições antecipadas.

Em declarações, o Chefe de Estado afirmou que “assinei o decreto para dissolver o parlamento para convocar eleições no prazo de setenta dias, de acordo com a Constituição”, afirmando que “a situação política que surgiu levou a esta decisão”.

Mattella disse que a votação da moção de confiança decorrida ontem no Senado, da qual se afastaram três partidos da coligação governamental – o Movimento Cinco Estrelas, o Liga e o Forza Italia – “deixaram clara a falta de apoio parlamentar ao governo e a ausência de perspetivas de criação de uma nova maioria”. “Esta condição tornou inevitável a dissolução precoce das Câmaras”, salientou.

Nesta quarta-feira, Draghi já tinha anunciado que iria voltar a apresentar a demissão ao Chefe de Estado, depois de os partidos Liga, de Mateo Salvini, e Forza Italia, de Silvio Berlusconi, que suportavam a coligação governamental, não terem dado o seu apoio a uma moção de confiança apresentada durante uma sessão no Senado italiano. A decisão deixou o Primeiro-ministro italiano entre a espada e a parede, sem muitas opções.

De recordar que a crise política começou a agudizar-se quando na semana passada o partido Movimento Cinco Estrelas retirou a confiança à liderança de Draghi, atirando a coligação para um vórtice de instabilidade. Contudo, até bem recentemente, os restantes partidos da coligação mantinham-se, aparentemente, ao lado do atual Primeiro-ministro.

Ainda esta semana, Draghi, falando perante aos deputados, tinha dito que só lideraria um governo que granjeasse a confiança do parlamento e pudesse mostrar união à população. No entanto, Draghi não conseguiu revitalizar a coligação governamental, tendo a saída do Movimento Cinco Estrelas ditado o início do fim da liderança do Primeiro-ministro.

O governo de Draghi mantêm-se agora em funções de gestão até que sejam realizadas eleições parlamentares, pela segunda vez em quatro anos, e deverão acontecer em setembro ou em outubro.

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