As 10 empresas mais inovadoras do mundo: WNBA

Quando as estrelas do basquetebol Caitlin Clark, Angel Reese e Cameron Brink chegaram à Brooklyn Academy of Music, em Abril passado, para a captação da WNBA de 2024, assinalaram a chegada de uma nova geração de talentos

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Setembro 19, 2025
11:15

Por: Jeff Beer

Quando as estrelas do basquetebol Caitlin Clark, Angel Reese e Cameron Brink chegaram à Brooklyn Academy of Music, em Abril passado, para a captação da WNBA de 2024, assinalaram a chegada de uma nova geração de talentos – e a ascensão cultural da liga. Os bilhetes para o evento esgotaram em 15 minutos; a audiência na ESPN atingiu uma média de 2,4 milhões de pessoas, um aumento de 328% em relação a 2023; e as fotos das novas jogadoras da WNBA a exibirem o seu estilo característico na passadeira vermelha fervilharam nas redes sociais.
O evento acabou por ser um microcosmo da temporada de 2024, em que a liga, com 28 anos de existência, subiu de nível em todas as categorias mensuráveis. No final da temporada, a liga garantiu um novo contrato de direitos de transmissão de 1,9 mil milhões de euros por 11 anos com a Disney, a Amazon e a NBCUniversal, com início previsto para 2026. Isto equivale a aproximadamente 170 milhões de euros anuais, um salto enorme relativamente ao contrato actual, de cerca de 42 milhões de euros anuais. A WNBA teve a sua temporada regular mais vista em 24 anos (com mais de 54 milhões de espectadores únicos) e terminou com a maior assistência em 22 anos. A liga de 12 equipas, que irá adicionar as Golden State Valkyries este ano, anunciou também equipas de expansão em Toronto e Portland, Oregon, que começarão a jogar em 2026. Alex Bhathal e Lisa Bhathal Merage, os irmãos que compraram a equipa de Portland, pagaram uma taxa de expansão recorde de 106 milhões de euros.

A liga teve sucesso em grande parte porque permitiu que as suas jogadoras desfrutassem do momento como se fosse o seu. Desde o lançamento da WNBA em 1996, jogadoras lendárias como Sue Bird, Sheryl Swoopes e Diana Taurasi inspiraram gerações de raparigas a jogar basquetebol ao mais alto nível, preenchendo as fileiras da NCAA (a associação norte-americana de atletas universitários) com talentos. A regra do nome, imagem e semelhança (NIL) da NCAA, que entrou em vigor em 2021 e permite às atletas universitárias lucrarem com as suas marcas pessoais, transformou essencialmente todas as estrelas do basquetebol feminino universitário em poderosas defensoras do desporto.
Em 2024, este primeiro grupo de defensoras da marca juntou-se à WNBA, trazendo consigo grandes acordos e exposição mediática. Logo após a captação, Caitlin Clark assinou um contrato de oito anos e 24 milhões de euros com a Nike. Angel Reese prolongou o seu contrato com a Reebok e fechou um acordo com a marca Reese’s, da Hershey’s (naturalmente). Cameron Brink assinou contrato com marcas como Urban Decay, Skims e a fabricante de jóias Gorjana. «Actualmente, vê-se qualquer jogo da NBA, qualquer jogo da NFL, em qualquer lugar onde os principais anunciantes estejam a divulgar as suas campanhas, e verão atletas da WNBA», comenta Colie Edison, que se tornou a primeira directora de crescimento da liga em 2022.

A liga manteve os holofotes sobre as jogadoras ao longo da temporada. Para começar, transformou a caminhada pelo túnel da WNBA em momentos dignos de passerelle que tiveram apoio nas redes sociais. Com uma equipa de marketing alargada, de uma pessoa para 25 nos últimos dois anos, a liga usou esta atenção para atrair novos patrocinadores, para além do conjunto habitual da NBA: a Bumble, a Glossier e a marca de contraceptivos de venda livre Opill. A Dick’s Sporting Goods lançou uma colecção exclusiva de roupa feminina com a liga. A WNBA também deu mais profundidade ao seu torneio da época, a Commissioner’s Cup, este ano, utilizando a competição para angariar donativos para os direitos reprodutivos e para a mobilização dos eleitores, questões que as próprias jogadoras identificaram como prioritárias através do Conselho de Justiça Social da liga. «Redobrámos os nossos esforços para contarmos histórias sobre atletas e colocarmos a jogadora em primeiro lugar», explica Colie Edison, «e penso que isso desempenhou um papel fundamental na atracção de novos adeptos».
A relação da liga com as suas jogadoras nem sempre é pacífica. Na época passada, quando a rivalidade entre Caitlin Clark e Angel Reese foi absorvida por uma retórica racista – que surgiu nas redes sociais e foi alimentada pelos media conservadores –, as jogadoras acusaram a comissária Cathy Engelbert de minimizar a questão. Ela sugeriu que toda a rivalidade era boa para o desporto quando questionada sobre a toxicidade numa entrevista à CNBC em Setembro. Mais tarde, pediu desculpa.

A disputa entre as jogadoras e a liga continua. Em Outubro, um dia após as New York Liberty terem conquistado o título de 2024, a Associação Nacional de Jogadoras de Basquetebol Feminino (WNBPA) optou por não participar no actual acordo colectivo de trabalho para renegociar para a época de 2026. (A faixa salarial, de 54 mil a 206 mil euros, é um dos principais pontos de discórdia.) As negociações deverão continuar na próxima época.
Nneka Ogwumike, extremo das Seattle Storm e presidente da WNBPA, afirma que a liga fez progressos, mas que há muito trabalho a fazer. A WNBA introduziu um programa de voos charter em Maio; Nneka Ogwumike afirma que agora precisa de padronizar outros aspectos básicos, como as instalações dos treinos e dos estádios, principalmente enquanto se prepara para receber novas equipas: «Definitivamente, não queremos trazer novas franquias com problemas antigos.»
E a WNBA, que atingiu novos patamares no ano passado ao aproveitar a excitação em torno das suas atletas, não quer alienar o seu maior património. 

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