Nos últimos dois anos, o stock de empréstimos concedidos às empresas tem apresentado uma tendência de redução, indicando um fluxo líquido negativo, apesar da estabilidade dos novos empréstimos.
Uma análise elaborada por Sónia Costa, Luísa Farinha, e Sujiao Zhao, do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, reflete principalmente a dinâmica dos empréstimos direcionados às empresas que foram beneficiadas por medidas de apoio ao crédito durante o período da pandemia.
Especificamente, as empresas que usufruíram de créditos com garantia pública e que também beneficiaram das moratórias são as principais responsáveis por essa tendência. As empresas que receberam apenas um desses tipos de apoio também contribuíram para esse cenário, embora com menor preponderância.
O aumento dos reembolsos foi impulsionado pelo início do pagamento da maioria das linhas de crédito com garantia pública concedidas durante a pandemia. Essas linhas, que inicialmente tinham um período de carência de 18 meses, viram o seu ciclo de pagamento iniciar, acrescido pelo término das moratórias em dezembro de 2021. Este duplo efeito contribuiu para o aumento dos reembolsos.
Embora o montante total de reembolsos antecipados tenha registado um acréscimo após o início do ciclo de subida das taxas de juro, o seu impacto na evolução dos empréstimos é considerado diminuto.















