O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA aconselhou os seus funcionários a aumentar drasticamente o número de imigrantes algemados com pulseiras eletrónicas com GPS, revelou esta quinta-feira o ‘The Washington Post’, conforme a Administração Trump alarga a vigilância das pessoas que serão alvo de deportação.
Num memorando de 9 de junho último, o ICE ordenou aos seus funcionários que colocassem pulseiras eletrónicas em todas as pessoas inscritas no programa Alternativas à Detenção (ATD) da agência “sempre que possível”.
Cerca de 183 mil migrantes adultos estão inscritos no ATD e já tinham consentido em alguma forma de rastreio ou check-ins obrigatórios enquanto aguardavam a resolução dos seus casos de imigração. Atualmente, apenas 24 mil destas pessoas usam pulseiras eletrónicas.
Crianças também são alvo das autoridades
Dezenas de crianças da região de Waukegan, na cidade americana de Chicago, receberam cartas que os ameaçam de serem deportadas, multadas ou criminalmente processadas, apesar de terem entrado legalmente no país, denunciaram ativistas e advogados locais.
“Está na hora de vocês deixarem os Estados Unidos”, diz a primeira linha de uma das cartas recebidas pelos menores de idade, que atravessaram a fronteira para os Estados Unidos, vindos sobretudo do México.
“Vocês estão aqui porque o Departamento de Segurança Interna (DHS) vos concedeu liberdade condicional [humanitária] nos Estados Unidos por um período limitado. O DHS vai exercer o seu poder discricionário de cancelar a vossa liberdade condicional, ou já o fez”, acrescenta a carta, citada pela agência de notícias espanhola EFE com base numa reportagem do jornal ‘Chicago Tribune’.
“Se não deixarem os Estados Unidos imediatamente, estarão sujeitos a possíveis ações policiais que irão resultar na vossa deportação”, adianta o documento, ameaçando as crianças com um possível processo criminal, multas civis e outras penas.
“Não tentem permanecer nos Estados Unidos ilegalmente: o Governo federal vai encontrar-vos”, conclui, ameaçadoramente.
Os ativistas alertam que estes casos são cada vez mais comuns e assinalam uma mudança preocupante na administração Trump: a vontade de retirar as proteções de asilo a crianças, mesmo aquelas com pedidos pendentes, e acelerar as deportações.














