Acordo de 50 mil milhões de dólares entre EUA-UE para a Ucrânia está mais próximo, avançam ministros

Com os ministros das Finanças do G7 reunidos nos próximos dois dias em Itália, Washington continua a pressionar para conquistar os europeus céticos para o mais recente plano americano, que poderá valer cerca de 50 mil milhões de dólares

Francisco Laranjeira
Maio 24, 2024
13:00

Os Estados Unidos e a União Europeia estão a ultrapassar as suas diferenças e a aproximar-se de um acordo para garantir um empréstimo maciço à Ucrânia — utilizando ativos russos congelados no Ocidente como garantia.

Com os ministros das Finanças do G7 reunidos nos próximos dois dias em Itália, Washington continua a pressionar para conquistar os europeus céticos para o mais recente plano americano, que poderá valer cerca de 50 mil milhões de dólares. O número está aquém da ambiciosa exigência original dos EUA – mas ainda é muito mais do que a UE concordou e até recentemente sinalizou que seria o seu limite.

Os Governos ocidentais têm ponderado – e contestado – formas alternativas de angariar dinheiro para Kiev – o esforço implacável da Rússia para conquistar mais território da Ucrânia continua, enquanto a possível reeleição de Donald Trump para a Casa Branca em novembro poderá pôr fim ao apoio substancial dos EUA a Kiev.

Os ativos estatais russos foram congelados na Europa imediatamente após a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin em fevereiro de 2022; desde então, foram investidos e a render juros. Após meses de desacordo, os Governos estão a convergir num plano para utilizar estes juros como alavanca para um empréstimo, segundo indica fonte do jornal ‘POLITICO’.

As conversações vão decorrer durante uma reunião dos ministros das Finanças do G7 em Stresa, cidade nas margens do Lago Maggiore, no norte de Itália, embora as autoridades estejam a reduzir as expectativas de um acordo imediato. A utilização de ativos congelados “é uma fonte garantida de financiamento”, indicou, esta quarta-feira, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen. “É importante que a Rússia perceba que não seremos dissuadidos de apoiar a Ucrânia por falta de recursos.”

Já o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse na quarta-feira que saudava “a evolução da posição americana”, que descreveu como agora “alinhada com o direito internacional” – uma mudança assinalável, depois de Paris ter afirmado que a ideia original americana, de confiscar a totalidade dos ativos – que poderiam valer cerca de 250 mil milhões de euros – era legalmente arriscada.

De acordo com Yellen, as conversações em Stresa possam abrir caminho para um acordo formal durante uma reunião dos líderes do G7 em meados de junho, em Apúlia, Itália, embora tenham de ser resolvidas questões técnicas importantes antes disso.

Mas apesar de toda a convergência, o acordo ainda está longe de ser concluído. As autoridades europeias que se opõem ao plano de Washington observam que a maior parte dos ativos congelados são mantidos no seu lado do Atlântico, o que significa que qualquer consequência afetaria a Europa com mais força do que as autoridades dos EUA.

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