A revolução dos PIGS: Depois do milagre económico de Portugal, outros países seguiram o caminho

Entre 2007 e 2013, Portugal, Itália, Grécia e Espanha, os chamados PIGS, enfrentaram uma severa crise económica que colocou em dúvida a sustentabilidade da dívida soberana desses países. Durante esse período, os meios de comunicação apelidaram esses países de “PIGS” devido às iniciais dos seus nomes em inglês formarem a palavra “porcos”. Contudo, recentemente, a trajetória das dívidas públicas desses países tem mostrado mudanças significativas.

Executive Digest
Maio 28, 2024
16:38

Entre 2007 e 2013, Portugal, Itália, Grécia e Espanha, os chamados PIGS, enfrentaram uma severa crise económica que colocou em dúvida a sustentabilidade da dívida soberana desses países. Durante esse período, os meios de comunicação apelidaram esses países de “PIGS” devido às iniciais dos seus nomes em inglês formarem a palavra “porcos”. Contudo, recentemente, a trajetória das dívidas públicas desses países tem mostrado mudanças significativas.

Enquanto Itália e Espanha encontram dificuldades em reduzir as suas dívidas, Portugal e Grécia têm-se destacado ao equilibrar as suas contas públicas. Portugal conseguiu aquilo que apelidaram como um “milagre económico”. Agora, a Grécia está prestes a superar a Itália na redução da dívida, algo que parecia impensável há apenas quatro anos, revela o ‘elEconomista’.

Em 2020, a dívida grega era 63% maior que a italiana. No entanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e especialistas da Scope Ratings preveem que a dívida da Grécia cairá abaixo da italiana nos próximos três anos.

Segundo os analistas da Scope, a Itália terá a maior dívida pública da Europa em três anos, o que pressiona o governo de Giorgia Meloni a adotar medidas corretivas. A dívida italiana, que caiu para 137,3% do PIB no ano passado, está prevista para aumentar devido a incentivos fiscais excessivos, como o “Superbonus”, que gerou um déficit orçamental significativo.

Nicola Nobile, analista da Oxford Economics, destaca que esses incentivos fiscais, embora tenham impulsionado o PIB pós-pandemia, criaram um buraco fiscal que será contabilizado como dívida pública adicional nos próximos anos. A dívida pública italiana poderá aumentar cerca de 2% do PIB anualmente entre 2024 e 2026, revela a mesma fonte.

Por outro lado, Portugal tem sido um caso exemplar. A dívida pública portuguesa, que há três anos estava próxima de 140% do PIB, caiu para menos de 100%, enquanto a dívida espanhola permanece em 109%. Essa redução deve-se ao retorno dos níveis de despesa pública pré-Covid e ao excedente orçamental de Portugal. Atualmente, Portugal é o único dos “PIGS” com um excedente orçamental e uma dívida pública classificada como grau de investimento ‘A’ por todas as agências de rating.

Em termos de crescimento económico, Portugal também se destaca. Em 2023, o PIB cresceu 2,3%, após um avanço de 6,8% em 2022, o maior desde 1987. A taxa de desemprego em Portugal está em 6,6%, inferior à de Grécia, Espanha e Itália. Segundo projeções do FMI, a dívida pública de Portugal cairá para 76% do PIB até o final da década, enquanto a de Espanha permanecerá acima dos 100% e a de Itália continuará a subir.

 

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