Lojistas e centros comerciais da região de Lisboa querem reabrir portas e pedem levantamento «urgente» das restrições

Os lojistas e centros comerciais querem operar sem restrições na Área Metropolitana de Lisboa (AML), diz a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), num comunicado enviado esta quinta-feira às redacções.

«É urgente que as limitações sejam levantadas», afirma António Sampaio de Mattos, presidente da APCC, salientando que «os centros comerciais Associados da APCC investiram para adaptar os seus espaços e formar as suas equipas de modo a continuar a garantir a visitantes, lojistas e colaboradores das lojas todas as condições de segurança sanitária, cumprindo não apenas as regras estabelecidas pelo Executivo e as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, mas também as melhores práticas desta indústria a nível global».

Enquanto responsável do interlocutor deste sector em Portugal, Sampaio de Mattos assegura que estes espaços «minimizam o risco de contágio, não o agravam, permitindo à população aceder a um conjunto significativo de bens e serviços num ambiente com acesso limitado e controlado». O presidente da APCC garante, ainda, que «as boas práticas dos visitantes são monitorizadas e geridas por equipas profissionais de modo a minimizar os riscos».

Para a APCC, a reabertura dos centros comerciais no resto do país, nesta segunda-feira, tem demonstrado que estão preparados para funcionar. Por outro lado, lembra que os centros comerciais da AML (35% dos centros do país) asseguram 50% do emprego total gerado pelo sector a nível nacional. «Restringir a operação dos centros comerciais situados na AML nesta terceira fase de desconfinamento foi frustrante para toda a indústria», admite, alertando que «esta situação é extremamente preocupante e delicada para todos os intervenientes desta cadeia de valor». Os lojistas, impedidos de abrir portas, «ficarão numa situação dramática, avisa.

No entanto, Ricardo Mexia, presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, defendeu à rádio “Renascença” que adiar novamente a reabertura dos centros comerciais na zona de Lisboa é a decisão mais acertada. «O número de casos aumentou, o quadro está mais ou menos constante ao longo destes dias e eu acredito que deverá ser tomada uma decisão em linha com a de há uma semana, diferindo um pouco mais essa abertura, face ao risco envolvido», considerou.

O Executivo, recorde-se aprovou e anunciou a terceira fase do plano de desconfinamento, na passada semana, com regras especiais para a AML, nomeadamente o adiamento da reabertura de lojas inseridas em centros comerciais, na sequência da identificação de focos de contágio do novo coronavírus na região. Esta quinta-feira, o Executivo reavalia as medidas, em Conselho de Ministros, e decide que passos vai dar a seguir.

Portugal, recorde-se, regista já 33.216 casos de infecção pelo novo coronavírus e 1.447 vítimas mortais, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. Os dados mostram que a esmagadora maioria dos casos (92%) corresponde à região de Lisboa e Vale do Tejo.

A AML é composta por 18 municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

*Notícia actualizada com mais informação às 10:11