Associação responsável pela denúncia da agressão a criança nepalesa garante ter informado o Ministério Público

Ministro da Educação reitera esta quinta-feira desconhecer o caso, sublinhando no entanto que todos os casos de violência devem ser denunciados às autoridades

Francisco Laranjeira
Maio 16, 2024
13:57

O Centro Padre Alves Correia (CEPAC), responsável pela denúncia das agressões a criança nepalesa de 9 anos numa escola da Amadora, garante, esta quinta-feira, ter “transmitido informações” às autoridades competentes sobre o caso, apesar de o Ministério da Educação ter afirmado que desconhecia a agressão. De acordo com o jornal ‘Público’, a denúncia chegou ao Ministério Público.

Recorde-se que o ministro da Educação reitera esta quinta-feira desconhecer o caso, sublinhando no entanto que todos os casos de violência devem ser denunciados às autoridades. “Quando a notícia foi veiculada, o ministério procurou saber. Os serviços foram junto das escolas e, de facto, com os contornos que foram descritos na comunicação social nós não temos a identificação do caso”, afirma Fernando Alexandre.

“Todos os casos merecem a melhor atenção e seguem os processos normais, com todas as diligências e atenção. Nenhum caso de violência pode ser desvalorizado por nenhuma escola, como é óbvio”, indica.

No entanto, em comunicado, citado pela publicação ‘Notícias ao Minuto’, a CEPAC informa que Ana Mansoa, diretora da instituição, “foi questionada pela Rádio Renascença sobre casos concretos que sustentassem a preocupação manifestada em relação ao aumento de atitudes e comportamentos racistas e xenófobos e à urgência de combater o discurso de ódio, em particular contra as pessoas migrantes”. “Foi referido como exemplo, de memória, o caso em questão, conforme artigo e declarações gravadas que vieram, parcialmente, a público”, refere o centro.

O CEPAC sublinha ainda que “foi transmitida às entidades competentes informação precisa para apuramento dos factos alegados” e que está “totalmente disponível para colaborar”, apelando ainda a que seja mantido “o anonimato público da criança envolvida e sua família”. “A exposição nos meios de comunicação social apenas prejudicará o bem-estar” da criança”, refere.

A APAV também pretende o apuramento de responsabilidades, no caso de a escola ter tido conhecimento da situação, mas não a ter reportado às autoridades competentes. “A escola tem um papel crucial não apenas na denúncia, mas também na assistência e reeducação das crianças envolvidas em atos de violência”, denuncia Carla Ferreira. “A ser verdade, devia, obviamente, ter havido aqui uma intervenção.”

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