Regresso do serviço militar obrigatório 20 anos depois? Saiba o que dizem os maiores partidos sobre a possibilidade
Os partidos não querem o regresso do serviço militar obrigatório, segundo apontou esta quarta-feira a rádio ‘Renascença’, após entrevistas às forças políticas com maior expressão eleitoral.
O Partido Socialista, através de Marcos Perestrelo, responsável pelo programa da Defesa do PS apresentado em campanha, considerou que o serviço militar obrigatório, que deixou de existir em 2004, não deve regressar. “Não podemos, em caso algum, olhar para o serviço militar obrigatório como uma forma de resolver com mão de obra barata problemas e dificuldades que as forças armadas têm relativamente ao recrutamento de novos militares e por outro na retenção”, indicou. “O serviço militar obrigatório não pode ser solução para um problema que é sobretudo conjuntural, embora se tenha vindo a tornar estrutural”, indicou.
Do lado do Chega, é um erro, garantiu Jorge Pereira, assessor do partido para a área da Defesa. “Está estudado em países como Israel ou outros com fronteiras que representem uma ameaça que, dada a sofisticação das armas, precisamos de uma formação bastante rigorosa dos efetivos que não se coaduna com um serviço obrigatório de seis meses”, frisou, salientando que “não é viável” o regresso. “Há estudos que mostram que esses seis meses têm um custo superior às vantagens que as forças armadas retiram”, salientou o responsável do partido de André Ventura.
Já a Iniciativa Liberal salientou que não é uma solução. “A nossa resposta continuará a ser um ‘não’ ao serviço militar obrigatório, mas será um ‘sim’ em tornar as forças armadas atrativas e com bons recursos humanos, e pessoas a procurar a vida militar como solução”, precisou Rodrigo Saraiva, ex-líder parlamentar da IL.
Apesar da falta de resposta do PSD, no programa da AD submetido às eleições legislativas pode ler-se que “a falta de renovação geracional em Portugal não explica por que não conseguimos atrair, recrutar, mas sobretudo manter e desenvolver carreiras profissionais sólidas em todos os níveis hierárquicos das forças armadas”.
Segundo dados do Ministério da Defesa, 63% dos jovens participantes no último dia da Defesa Nacional consideraram que os acontecimentos internacionais são uma ameaça importante para a segurança de Portugal. No entanto, quando inquiridos pela disponibilidade para participarem na defesa do país, apenas 25% respondeu “sim” em caso de ataque – já 44% indicou “sim” se for em missão de apoio à população, enquanto 31% mostrou-se indisponível para se juntar à reserva de voluntários.