Governo adia entrega de bombas de insulina de última geração a milhares de diabéticos
Milhares de doentes com diabetes tipo 1 em Portugal deveriam ter começado a receber novas bombas de insulina de última geração no último trimestre de 2023, mas a entrega dos dispositivos está atrasada.
O programa do Ministério da Saúde prevê a atribuição dos aparelhos a perto de 15 mil diabéticos, mas o Governo adiou a entrega, sendo que, segundo o Jornal de Notícias, o concurso púbico para a aquisição das novas bombas de insulina nem sequer foi lançado.
Sem data definida para que aconteça a entrega dos dispositivos, o ministério liderado por Manuel Pizarro diz que o concurso de aquisição das bombas de insulina de última geração será lançado em breve.
O despacho que prevê o alargamento de acesso a estes aparelhos médicos, foi assinado em maio, e o programa é de acesso universal e decorre até 2026, no seguimento de recomendações de um grupo de trabalho.
Estima-se que perto de 30 mil pessoas têm diabetes tipo 1 em Portugal, sendo que metade tem indicação para tratamento por sistemas automáticos de perfusão (as tais bombas de insulina) que mede os níveis de açúcar e a ajusta a dose de insulina, sem que o doente necessite de se picar várias vezes ao dia.
A Direção Executiva do SNS (DE-SNS) que está a orientar o programa, estará já a preparar o caderno de encargos para lançar o concurso público de aquisição dos aparelhos.
“Para as pessoas que vivem com diabetes, todo o atraso é significativo. Temos que ter um Serviço Nacional de Saúde que responda às necessidades e o mais rápido possível”, lamenta ao mesmo jornal João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
Os aparelhos de última geração, no fundo, funcionam como se fossem um pâncreas artificial. A insulina é administrada automaticamente e a quantidade ajustada mediante as necessidades do doente em cada momento. Com estes dispositivos, evitando-se hipo e hiperglicemias, melhorando a qualidade de vida dos doentes.