Café e chocolate podem ver os preços escalar: mudanças climáticas ameaçam polinização e são sério risco à segurança alimentar, revela estudo

A perda de insetos polinizadores essenciais devido às mudanças climáticas vai fazer que algumas das guloseimas preferidas em todo o mundo fiquem mais caras: várias culturas vegetais, como o café, cacau, melancia ou manga, estão ameaçadas devido ao declínio da biodiversidade dos polinizadores – especialmente nos trópicos –, segundo apontou um estudo publicado na revista científica ‘Science Advances’.

As áreas mais afetadas por esta perda de polinizadores incluem a África Subsaarina, o norte da América do Sul e o Sudeste Asiática, onde são cultivadas a maioria das plantas de café e cacau.

“Investigámos como a abundância de polinizadores muda sob a agricultura e as mudanças climáticas”, apontou Tim Newbold, investigador principal em genética, evolução e meio ambiente, na ‘University College London’, em declarações à revista ‘Newsweek’.

“Em seguida, comparando os locais onde estimámos grandes declínios na abundância de polinizadores com os locais onde cultivamos que necessitam de animais para a polinização, estimámos onde pode haver riscos para a produção destas culturas. De acordo os nossos resultados, as áreas onde se cultiva café e cacau sejam fortemente afetadas”, apontou.

Menos abundantes, tornar-se-ão mais caras. “Será difícil atribuir quaisquer alterações nos preços do café e cacau que temos visto às perdas de polinizadores contra outros fatores, tais como efeitos das alterações climáticas/temporais ou efeitos económicos”, referiu Newbold. “No entanto, se perdermos a abundância de polinizadores no fundo, como os nossos resultados sugerem, esperaríamos aumentos nos preços de culturas como o café e o cacau”, precisou.

A perda de polinizadores nos trópicos e em todo o mundo terá impactos de grande alcance em milhões de plantas. Cerca de 75% das culturas dependem, até certo ponto, de polinizadores animais. “O declínio dos polinizadores é uma séria ameaça à segurança alimentar e ao bem-estar nutricional”, referiu, Siobhan Maderson, investigadora da Universidade de Cardiff. “Embora as pessoas não morram de fome no contexto do declínio dos polinizadores – a maioria das principais fontes mundiais de insumos calóricos não dependem dos polinizadores, incluindo o trigo, o milho e o arroz – a maioria das principais culturas que são economicamente valiosas para produtores, e nutricionalmente importantes para as pessoas em todo o mundo, são dependentes de polinizadores. Estes incluem muitas frutas, vegetais, nozes, especiarias e café.”

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