CFP revê em baixa inflação para 2023 e 2024 e projeta diminuição do desemprego nos próximos anos até aos 6%

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) divulgou esta quinta-feira a atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027, onde revê em baixa a inflação para 2023 e 204, bem como uma diminuição gradual do desemprego até aos 6% nos próximos anos.

O organismo independente que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal revê assim em baixa a sua projeção para a taxa de inflação para 2023 em 0,7% para 5,2%, descendo ainda e de 2,8% para 2024.

“Esta revisão espelha o perfil descendente projetado para o preço dos bens alimentares e energéticos nos mercados internacionais. No médio prazo, antecipa-se que o ritmo de crescimento do IHPC desacelere de forma gradual até 2,0%”, explica o CFP.

Para o mercado de trabalho, o organismo revê em alta as perspetivas para a criação de emprego em 2023 para 1,2%, enquanto a taxa de desemprego deverá manter-se inalterada em 6,4% da população ativa. As previsões apontam ainda que, nos anos seguintes, o ritmo de criação de emprego deverá aproximar-se de uma taxa nula, enquanto a taxa de desemprego deverá diminuir gradualmente até 6%.

No entanto, a projeção macroeconómica aponta para um abrandamento do ritmo de crescimento do produto interno bruto (PIB) em volume para 2,2% em 2023 (6,7% em 2022) e 1,6% em 2024. Este valor deve convergir para os 2% a médio prazo.

No que respeita ao saldo orçamental, e na ausência de novas medidas políticas, o CFP espera que atinja um excedente de 0,9% do PIB este ano, fruto do maior contributo da receita de impostos e de contribuições sociais. Nos anos seguintes, projeta-se a uma redução gradual do excedente orçamental para 0,3% do PIB em 2027.

O organismo explica ainda que as perspetivas apontam que o rácio da dívida pública deverá diminuir 25 p.p. ao longo do horizonte projetado, atingindo 89,4% do PIB em 2027.

O CFP alerta que a atualização do cenário em políticas invariantes hoje publicado “encontra-se ainda condicionada, no curto prazo, por um enquadramento externo de elevada incerteza, associada à persistência do conflito militar que opõe a Rússia e a Ucrânia, à debilidade das perspetivas económicas para os principais parceiros da economia portuguesa e por uma política monetária restritiva em resultado da subsistência de pressões inflacionistas”.