Sólida maioria de governadores apoiou subida mas “alguns” preferiam pausa, refere Lagarde
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, admitiu hoje que “alguns” governadores manifestaram, na reunião desta manhã, preferência por uma pausa na subida dos juros, mas uma “sólida maioria” apoiou o novo aumento de 25 pontos base.
Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores do BCE, Christine Lagarde disse que “alguns governadores” preferiam manter inalteradas as taxas de juro na reunião de hoje e reservar a decisão para quando existissem mais dados.
No entanto, uma “sólida maioria” apoiou o novo aumento anunciado hoje e que colocou a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.
Ainda assim, assegurou que o debate no Conselho de Governadores não foi “antagónico” e foi baseado nos últimos dados macroeconómicos.
“Nós realmente aprofundámos os números e a análise”, disse.
O BCE anunciou que a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito subiu para 4,00%, ou seja, o valor que os bancos recebem por depositarem dinheiro no banco central.
Já a taxa de juro das principais operações de refinanciamento e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez (que definem o custo dos empréstimos dos bancos centrais aos bancos) subiram para respetivamente, 4,5% e 4,75%.
A subida tem efeitos a partir de 20 de setembro de 2023.
“A inflação continua a descer, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo”, salientou a presidente do BCE.
Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro.