Trabalho temporário recua 1,5% no 2º trimestre face a 2022 e está 11% abaixo do período pré-pandemia
A APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), divulgaram, esta quinta-feira, os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de abril, maio e junho de 2023, fazendo a comparação com o período homólogo do ano anterior.
Entre as principais conclusões apresentadas neste barómetro estão:
· o decréscimo nas colocações de trabalho temporário no 2º trimestre de 2023, face ao mesmo período de 2022, com diminuição de menos 342 pessoas em abril (-1%); 422 pessoas em maio (-1,2%) e 754 pessoas em junho (-2,2%).
· No total, a diminuição no número de colocações no 2º trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano anterior foi de 1,5% (103.152 em 2022 vs 101.634 em 2023). Apesar do crescimento em relação a 2021 (92.854 colocações) e 2020 (64.088 colocações), os valores estão ainda -11% abaixo das colocações do 2º trimestre de 2019 (114.150 colocações).
· O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,99 em abril e maio e 0,98 em junho. Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.
. Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em maio (45%) e junho (44%), em relação a 45,5% em abril.
· Ao nível da distribuição etária, entre 27% a 28% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, no 2º trimestre de 2023.
· O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (59% a 60% no 2º trimestre do ano). As colocações de ensino secundário (entre 33% a 34%) ocupam o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações.
· As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar no 2º trimestre de 2023 (cerca de 11% a 12%). Já as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário, representando cerca de 8% a 9%. Por outro lado, as empresas de “Atividades auxiliares dos transportes” alcançam o terceiro lugar no mês de abril e junho (cerca de 6% a 7%). Já no mês de maio, as empresas de “Atividades de serviços de apoio prestados às empresas” ocupam o terceiro lugar (7%).
· Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 2º trimestre de 2023 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 25% e 28%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (entre 17% e 18%). Em terceiro lugar, estão os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” (entre 8% e 9%).
“No segundo trimestre deste ano assistimos a uma diminuição das colocações no setor de Trabalho Temporário em relação ao ano passado e a 2019. No entanto, é possível verificar uma melhoria relativamente ao mesmo período de 2020 e 2021. Um dos fatores que pode estar na base destes valores é a situação económica que vivemos atualmente em que para fazer face ao custo de vida em Portugal muitas pessoas são obrigadas a ter mais que um trabalho para conseguirem obter um rendimento extra”, explicou Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH.