“Esta semana tem potencial para ser uma semana chave para os mercados financeiros”, sublinha o Diretor-Geral da Ebury
A nuvem da recessão continua a pairar sobre as grandes economias mundiais, com os EUA a desafiarem-na, com o dólar a colher frutos dessa resiliência, e a Zona Euro tem apresentado dados económicos fracos e enfrentado pressões inflacionistas persistentes.
David Brito, Diretor-Geral da Ebury, explica à Executive Digest que os dados desanimadores de julho das fábricas alemãs e os receios quanto à recessão chinesa afetaram negativamente as ações por todo o mundo.
No entanto, os rendimentos do Tesouro Americano continuaram a subir, e o dólar beneficiou com estas preocupações, sobretudo porque a economia dos EUA está até agora a ignorar a fraqueza económica noutros países e os dados económicos são, na maior parte das vezes, surpreendentes pela positiva.
“Esta semana tem potencial para ser uma semana chave para os mercados financeiros. Na quarta-feira, teremos possivelmente o relatório económico mais importante a nível mundial, os dados da inflação do IPC de agosto dos EUA. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu realizará a sua reunião de divulgação de taxas de juro”, explica David Brito.
Para o especialista, o BCE encontra-se pressionado, uma vez que a Europa tem revelado dados económicos fracos e ao mesmo tempo enfrentado pressões inflacionistas persistentes, muito acima do objetivo delineado pelo banco.
O cenário na Zona Euro mostra que os primeiros números do PMI de agosto foram revistos em baixa para níveis já de contração económica. Para além disso, também o crescimento do PIB do segundo trimestre foi revisto em baixa, reforçando a ideia de que a economia da Zona Euro está a estagnar.
“A tarefa do Banco Central Europeu na sua reunião desta semana prefigura-se particularmente difícil. Por um lado, os sinais de uma estagnação económica continuam a acumular-se. Por outro lado, ainda não há sinais claros de que a inflação esteja a descer, pelo menos não nos números fundamentais críticos. A decisão será moderada, mas continuamos a esperar uma subida, o que poderá ajudar a tirar a moeda comum da situação em que se encontra”, sublinha a Ebury.