A Nissan instalou um sistema de vigilância com câmaras para espiar o Diretor de Operações (COO) da empresa, Ashwani Gupta, em sua própria casa, para que conseguissem monitorizar as suas atividades.
Estas são as conclusões preliminares de uma investigação sobre a vigilância, na sequência de uma investigação à Nissan por alegadamente o presidente-executivo, Makoto Uchida, estar envolvido na vigilância do seu número dois, depois de supostamente este estar contra um acordo de parceria com a Renault.
A notícia avançada pela ‘Reuters’ surge de fontes próximas do caso, que revelam que Ushida quereria ter vantagem sobre Gupta para removê-lo da empresa.
Os diretores da Nissan terão sido informados sobre as conclusões preliminares da investigação sobre a alegação de vigilância, solicitada pela Nissan a uma entidade independente, liderada pelo escritório de advogados Davis Polk & Wardwell, numa reunião do Conselho de Administração no dia 20 de junho, na sede da empresa em Yokohama, revelam as mesmas fontes.
As conclusões do relatório mostram que foram instalados dois conjuntos de câmaras de segurança na casa do ex-executivo, em Shibuya, Tóquio. Segundo a empresa, o primeiro sistema foi para uso de uma empresa de segurança privada, enquanto o segundo foi configurado para acesso da equipa de segurança interna da Nissan para monitorizar Gupta.
Em fevereiro deste ano, a Nissan e a Renault anunciaram os termos de uma nova parceria sob a qual a construtora japonesa compraria até 15% de uma unidade de veículos elétricos que a Renault está a desmembrar, enquanto a francesa reduziria a sua participação de 43% na Nissan.
De acordo com fontes próximas da construtora francesa, altos executivos da Renault viram Gupta como alguém que estava a atrasar ou a bloquear a conclusão do novo acordo de parceria.
Na passada terça-feira, os acionistas da Nissan elegeram 10 diretores, incluindo Uchida, para o Conselho de Administração.
