“Um grande passo atrás”, “uma desilusão”, “uma vitória histórica”: as reações à decisão do Supremo dos EUA de retirar às mulheres o direito ao aborto

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu reverter uma lei que há 49 anos conferia às cerca de 50 milhões de mulheres norte-americanas o direito de decidirem abortar. As reações a esta polémicas decisão do coletivo de juízes não tardaram a fazer-se ouvir, com vozes de apoio e vozes de repúdio, dos dois lados do Atlântico e da esquerda à direita.

Boris Johnson

O Primeiro-Ministro britânico Boris Johnson já disse que a decisão do Supremo Tribunal norte-americano é “um grande passo para trás”, citado pela ‘Reuters’. “Sempre acreditei que no direito de uma mulher poder escolher e mantenho-me fiel a essa visão e é por isso que o Reino Unido tem as leis que tem”.

José Gusmão, eurodeputado do Bloco de Esquerda

José Gusmão, do Bloco de Esquerda, escreveu no Twitter que esta “é uma decisão que mostra que os direitos das mulheres, ou quaisquer outros, não estão conquistados para sempre. Têm e terão de ser defendidos”. O eurodeputado esquerdista acrescenta que “também na Europa temos exemplos de recuos” e deixa claro a quem se destina a sua mensagem: “Ao cuidado de quem pensa que já não é preciso feminismo”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde

O Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou à ‘Reuters’ que “estou muito desiludido, porque os direitos das mulheres devem ser protegidos. E eu esperava que a América protegesse tais direitos”.

Hillary Clinton, ex-Secretária de Estado dos EUA

A antiga chefe da diplomacia norte-americana do tempo de Barack Obama, Hillary Clinton, escreveu no Twitter que “a opinião de hoje do Supremo Tribunal será lembrada com infâmia, num retrocesso no que toca aos direitos das mulheres e aos direitos humanos”.

Clinton acrescentou que “a maioria dos americanos acredita que a decisão de ter um filho é uma das mais sagradas decisões que existe, e que tais decisões devem manter-se entre os pacientes e os seus médicos”.

Mitch McConnell, líder da minoria do Partido Republicano no Senado dos EUA

Mitch McConnell descreveu a decisão do Supremo Tribunal norte-americano como “corajosa e correta”, acrescentando que “esta é uma vitória histórica para a Constituição e para os mais vulneráveis na nossa sociedade”.

Bill Gates, ex-líder da Microsoft

O magnata e filantropo Bill Gates comentou que “este é um dia triste”, sublinhando que “reverter o Roe vs Wade [a decisão que consagrou o direito constitucional ao aborto] é um retrocesso injusto e inaceitável. E põe as vidas das mulheres em risco, especialmente as mais desfavorecidas”.

Donald Trump, ex-Presidente dos EUA

Ao canal ‘Fox News’, o antigo inquilino da Casa Branca disse que o coletivo de nove juízes do Supremo Tribunal norte-americano, dos quais nomeou três, estava a “seguir a Constituição e a devolver os direitos que deveriam ter sido concedidos há muito tempo”.

Donald Trump diz que a decisão de permitir ou proibir o aborto agora regressa aos estados, “onde sempre pertenceu”, rematando que “Deus tomou a decisão”.

Nancy Pelosi, Democrata e Presidente da Câmara dos Representantes

A Democrata Nancy Pelosi, que é também a líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, argumentou que “hoje, o Supremo Tribuna controlado pelos Republicanos alcançou o objetivo negro e extremo do GOP [designação para o Partido Republicano] de destruir o direito das mulheres para fazerem as suas próprias decisões sobre saúde reprodutiva”.

“Por causa de Donald Trump, Mitch McConnell, do Partido Republicano e da sua supermaioria no Supremo Tribunal, as mulheres americanas hoje têm menos liberdade do que as suas mães”, acusa Pelosi, acrescentando que “os Republicanos radicais estão agora a prosseguir com a sua cruzada para criminalizar a liberdade sobre a saúde”.

Barack Obama, ex-Presidente dos EUA

O antigo Presidente democrata Barack Obama disse que “hoje, o Supremo Tribunal não só reverteu cerca de 50 anos de precedente, relegou a decisão mais intensamente pessoal que alguém pode tomar para os caprichos de políticos e ideólogos – atacando as liberdades essenciais de milhões de americanos.”

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