Estónia diz que a unidade europeia sobre a Ucrânia está a enfraquecer. Sanções “começam a prejudicar o nosso lado”, diz Primeira-Ministra

Kaja Kallas aponta que a inflação e o aumento dos custos de vida na Europa estão a tornar cada vez mais difícil que os 27 Estados-Membros continuem a mostrar-se unidos na resposta à invasão russa.

A líder do governo estónio estendeu também críticas ao Presidente francês, apontando que Emmanuel Macron está a tentar dar a Vladimir Putin uma escapatória diplomática do conflito, o que, não visão de Kallas, ameaça deitar por terra as tentativas de isolamento da Rússia pelos países ocidentais e seus aliados.

Citada pelo ‘The Guardian’, a Primeira-Ministra estónia diz que as sanções, que no início só prejudicavam a Rússia, agora “são dolorosas para os nossos próprios países” e salienta que a questão que se impõe neste momento é “quanta dor estamos dispostos a tolerar”.

“A unidade é muito difícil de manter”, afirma, salientando que o aumento da inflação e dos preços dos produtos energéticos estão a erodir essa coesão europeia. A Estónia tem atualmente a maior taxa de inflação de toda a Europa, tendo chegado aos 20% em maio, de acordo com dados do ‘Eurostat’.

Sobre as tentativas francesas de chegar ao diálogo com o Presidente russo, Kallas afirma, perentoriamente, que “não vejo qual o sentido de falar com ele [Putin], se nós queremos passar a mensagem de que ele está isolado e a mensagem de que não escapará impune por isto [guerra na Ucrânia] e que será responsabilizado por todos os crimes cometidos”.

A Primeira-Ministra estónia admite recear que os apelos para cessar-fogo e para a paz sejam prematuros e irrefletidos, e que possam não fazer com que “as atrocidades acabem nos territórios ocupados”, apontando a Geórgia, o Donbass e a Crimeia como exemplos de como não se deverá proceder na atual situação.

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