Web Summit: “Empresas portuguesas diferenciam-se a nível internacional por diferentes motivos”, refere CEO da Bright Pixel Capital
A cidade de Lisboa vai receber, entre os dias 1 e 4 de novembro, a edição de 2022 da Web Summit, que tem lugar na Altice Arena e na Feira Internacional de Lisboa (FIL) e é um dos maiores e mais importantes eventos de empreendedorismo, tecnologia e inovação do mundo. Na semana passada, o ministro da Economia e Mar, António Costa Silva, afirmou que a edição deste ano contará com mais de 70.000 participantes e acima de 2.600 ‘startups’ e empresas.
Mas como é a preparação dos investidores portugueses para o evento? Quais são os seus principais focos?
Em declarações à ‘Executive Digest’, Eduardo Piedade, CEO da Bright Pixel Capital (anterior Sonae IM), explicou que, sendo o evento em Portugal, “temos a oportunidade de reforçar relações com os diferentes intervenientes do ecossistema, sejam startups, investidores e outras entidades relevantes. É sempre bom receber os nossos parceiros no nosso país e ter também a oportunidade de alargar a nossa rede de contactos”.
A Bright Pixel Capital, tendo em conta que procedeu recentemente a um rebranding, vê no evento uma oportunidade de reforçar o “brand awareness”, pelo que a sua presença é preparada muito antes do início do evento em si.
“Do ponto de vista do contacto com fundadores de startups que encaixam na nossa estratégia de investimento, o que fazemos é um primeiro filtro das startups que vão estar presentes”, explica o CEO, acrescentando que procuram “empresas de base tecnológica, com soluções capazes de mudar as indústrias de cibersegurança, retalho e infraestruturas digitais, pelo que tentamos conhecer projetos que correspondam a estas características e, no momento da reunião, analisamos também o perfil dos fundadores e da equipa, que é tão importante como a própria solução tecnológica”.
Durante a Web Summit, “aproveitamos para estar em contacto com o ecossistema, fazemos alguns encontros e reforçamos laços já existentes – o networking é muito relevante neste setor. Assim, além da presença no recinto, participamos também em eventos de parceiros ou co-investidores e, este ano, organizaremos um side-event em parceria com a Lunar Ventures”.
Mas o trabalho prossegue, mesmo após o fim do evento. “Tendo sido selecionada alguma empresa, reunimos com a equipa para aprofundar a relação. As relações entre investidores e empreendedores são de longo prazo, pelo que se pretendemos que o crescimento aconteça de forma sustentada, é necessário conhecer e gerar confiança entre as pessoas”, explica Eduardo Piedade.
Sobre os focos dos investidores, o responsável afirma que cada investidor tem a sua tese de investimento, pelo que acabam todos por se diferenciar de determinada forma. No caso da Bright Pixel Capital, o foco está nas “oportunidades únicas de investimento com potencial para mudar indústrias. Visamos empresas em fases desde early-stage até IPO de base tecnológica, que apresentem soluções para problemas relevantes, com escala, e que sejam compostas por uma equipa excecional do ponto de vista do conhecimento da área tecnológica, assim como do empreendedorismo, ambição e resiliência”.
Na opinião do CEO, “as empresas portuguesas diferenciam-se a nível internacional por diferentes motivos, contudo, no geral, partilham algumas qualidades não tão óbvias de encontrar noutros mercados”, referindo-se assim ao pensamento global, ao domínio de línguas estrangeiras e à qualidade de engenharia excecional. “Há ainda muito por desenvolver no ecossistema português, mas estes fatores permitem criar uma base muito sólida.”
Por fim, Eduardo Piedade faz uma previsão das expectativas dos investidores para a próxima edição da WebSummit, explicando que se vai “adaptando às tendências que marcam o momento, pelo que será natural vermos algumas áreas a ganhar destaque, nomeadamente cibersegurança, fintech e cripto, metaverso”.