Explicador: Para onde vão os milhares de milhões de euros da venda do Chelsea?

A compra do clube de futebol britânico foi finalizada esta segunda-feira, mas Londres diz que Roman Abramovich, visado pelo regime de sanções europeias, não vai poder usufruir do produto da venda. O valor do negócio não foi divulgado oficialmente, mas estima-se que esteja entre os três mil milhões e os cinco mil milhões de euros.

Em comunicado divulgado no dia 30 de maio, o Chelsea FC confirmou que a transação do clube do milionário russo para um consórcio liderado pelo investidor norte-americano Todd Boehly está concluída, tendo recebido as autorizações das autoridades britânicas e da Premier League.

O Chelsea FC descreve o negócio como uma “transação histórica e complexa”.

Nesse mesmo dia, o governo do Reino Unido emitiu o seu próprio comunicado, no qual informava que Roman Abramovich, dono anterior do Chelsea FC, está abrangido pelas sanções da União Europeia contra oligarcas com ligações ao regime russo de Vladimir Putin. Assim, Londres diz que o Ministério das Finanças britânico está a considerar depositar o lucro da transação “numa conta bancária no Reino Unido, que estará congelada de acordo com as Regulações Russas [conjunto de normas que visam punir indivíduos e entidades associadas ao governo russo]”.

O Reino Unido diz irá “exercer os seus poderes legislativos em relação à venda do Chelsea Football Club”, “em respeito pela vital importância da manutenção da integridade das sanções financeiras relativas às ações que estão a ameaçar a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia”.

“O Reino Unido irá garantir que Roman Abramovich não beneficia, seja de que forma for, da venda do Chelsea Football Club, e que o lucro dessa venda será usado para fins humanitários na Ucrânia”, destaca o governo britânico.

Londres avança que vai “trabalhar de forma próxima com o Governo português e com a Comissão Europeia” quando estiver a considerar o descongelamento dos fundos gerados pela venda do clube e o destino que lhes será dado.

Nadine Dorries, Secretária de Estado para o Digital, Cultura, Média e Desporto, escreveu no Twitter que “sancionar Roman Abramovich pelas suas ligações a Putin foi a decisão correta e necessária, mas criou uma profunda incerteza para o clube”. “O lucro da venda será congelado e só poderá ser utilizado com a aprovação do governo [britânico]”.

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