Costa Silva diz que Portugal vai ter “produção massiva de eólica offshore” com “ilhas artificiais” ligadas à produção de hidrogénio
No encontro de empresários e industriais em Hannover, na Alemanha, António Costa Silva salientou que as empresas portuguesas mostram “aquilo que de melhor se faz em Portugal” e que transmitem uma imagem “de excelência” ao mundo.
O Ministro da Economia e do Mar destacou que a transição energética não passa só pela eletricidade e que o hidrogénio tem também um papel a desempenhar. No que toca à mobilidade, as “empresas que têm soluções não só no domínio dos veículos elétricos, convencionais, híbridos, mas também soluções ao nível do hidrogénio”.
Para Costa Silva, o hidrogénio “pode competir em múltiplas fileiras” e ser uma importante dimensão da transformação da mobilidade. O governante avançou que o Governo tem planos para fazer de Sines “um grande polo de hidrogénio” e que uma parceira energética com a Alemanha “pode marcar um paradigma de viragem para o futuro”.
Quanto à produção de energia eólica, Costa Silva apontou que os projetos offshore são “um grande projeto do futuro” e explicou que Portugal terá uma “produção massiva de eólica offshore, sobretudo com ilhas artificiais afastadas da costa e ligadas à produção de hidrogénio”. O Ministro acredita que a eólica offshore será um elemento-chave do desenvolvimento do segmento do hidrogénio no país.
“A área das energias renováveis, do desenvolvimento das turbinas, da sincronização das instruções, da automatização e da virtualização desses sistemas vai ser marcante para o futuro”, sublinhou Costa Silva.
Na feira industrial de Hannover, na qual também marcou presença o Primeiro-Ministro António Costa, o Ministro da Economia e do Mar afirmou também que o setor dos têxteis e dos plásticos técnicos está a contribuir para o “desenvolvimento de novos materiais, materiais mais resilientes, mais flexíveis, mais leves”.
De acordo com o estudo ‘Renewable Energy Country Attractiveness Index’, da consultora EY, Portugal figura na 23.ª posição na lista dos 40 países mais atrativos para investimentos em energias renováveis a nível mundial.
Em entrevista à ‘Executive Digest’, o Presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge, explicou que, entre 2005 e 2021, a capacidade instalada do país para produzir energia através de fontes renováveis aumentou 59%. Entre 2011 e 2020, foi feito um investimento privado de 7.460 milhões de euros em energias renováveis em Portugal, sendo que 77% desse valor foi destinado às energias solar e eólica.
O Presidente da APREN destacou, contudo, que o complexo processo de licenciamento de projetos de energia renovável é ainda um dos principais obstáculos ao desenvolvimento desse mercado no país.
Ainda, segundo a APREN, a meta traçada por Portugal para alcançar 80% de eletricidade produzida através de fontes renováveis poderá ser antecipada para 2026, ao invés da data de 2030 previamente definida, dado o atual nível de investimento e desenvolvimento do setor no país. Em janeiro, 60% da eletricidade produzida em Portugal proveio de fontes renováveis.