Crise energética mundial terminará em 2023: Alemanha prevê alívio dos preços no próximo verão

O ministro da Economia e Energia alemão aponta que a “luz ao fundo do túnel” está para breve e que os preços da energia deverão parar de subir daqui a cerca de 12 meses.

Em Hannover, no âmbito da feira da Associação Federal de Industriais Alemães, Robert Habeck reconheceu que o pior ainda poderá estar por vir e que nada garante que a normalização dos preços dos produtos energéticos está ao virar da esquina. Contudo, de acordo com o jornal ‘Expansión’, o governante acredita que, “com base no que vemos agora, no verão do ano que vem espera-se um alívio dos preços da energia”.

Habeck considera que a crise energética hoje vivida em todo o mundo é uma oportunidade para concretizar a transição energética, destacando o hidrogénio como uma peça fundamental dessa transformação.

Sobre o fim da globalização profetizado por vários observadores, que defendem que a atual crise está a levar a que muitas empresas optem por diminuir a sua presença nos mercados internacionais e implementem estratégias de nearshoring e reshoring, o ministro alemão apontou que o fim da globalização daria lugar ao recrudescimento dos movimentos nacionalistas. Ao invés, Habeck defende que a solução está em procurar novos mercados que incorporem as preocupações ambientais, criando uma nova globalização assente na sustentabilidade.

Apesar das sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia, a Gazprom, a petrolífera estatal controlada pelo Kremlin, confirmou que está a enviar uma média de 44,6 milhões de metros cúbicos de gás natural para a Europa através da Ucrânia, vindo da estação russa de Sudzha, avança esta segunda-feira a agência de notícias TASS.

A determinação europeia para abandonar a energia russa parece estar fragilizada. Este domingo, os 27 Estados-Membros não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia, que inclui embargar o transporte marítimo de petróleo vindo da Rússia. Mas as negociações continuarão ao longo desta semana.

A Hungria tem sido um dos principais opositores de uma postura mais dura para com Moscovo, afirmando que o país não pode abrir mão dos combustíveis russos sem colocar em risco o bem-estar da população. O Primeiro-Ministro Viktor Órban já afirmou que abandonar o petróleo russo seria o mesmo que “lançar uma bomba atómica sobre a economia da Hungria”, e que precisaria de quatro a cinco anos para poder a abandonar completamente as importações da Rússia.

A dependência da UE dos produtos energéticos russos ainda é significativa para que se possa perspetivar um abandono total no imediato, mas as negociações estão em curso e é necessário o apoio dos 27, pelo que a anuência da Hungria é crucial. Aponta a ‘Bloomberg’ que se Budapeste não se alinhar com as sanções contra a Rússia, o esforço de punição da UE pode sofrer um duro golpe.

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