Os líderes empresariais devem saber adaptar-se e estar ao lado das suas forças laborais, apontam CEOs portugueses

No contexto das celebrações do 111.º aniversário do ISEG, esta segunda-feira, dia 23 de maio, os líderes do Santander, da SIBS, da Altice Portugal e da Caixa Geral de Depósitos juntaram-se para discutir como deve ser a liderança empresarial do futuro.

“Liderança é diferente de competências”, começou por salientar o CEO Santander, e acrescentou que é importante que os líderes adotem uma postura de serviço ao outro, assente em conhecimentos e em empatia.

Contudo, Pedro Castro e Almeida alertou que muitas vezes “o ser humano vive num estado semi-adormecido”, o que num ambiente de incerteza, segurança ou grande ambiguidade não permite ser ágil. Nesse sentido, os líderes empresariais devem conhecer o mundo que os rodeia e em que as suas organizações se inserem.

Por seu turno, Madalena Tomé, CEO da SIBS, explicou que há 40 anos que a empresa começou com a rede de multibancos, e que a moeda digital “será mais uma forma de pagamento”.  “Capacidade tecnológica tem sido exponencial nos últimos anos”, frisou, e destacou que é importante saber diversificar a informação, as perspetivas e o talento que temos dentro das organizações.

Na sua visão, “hoje em dia já não há setores tecnológicos e não tecnológicos”, e sublinhou mesmo que a tecnologia é uma presença ubíqua em todas as camadas da sociedade, da economia, e dos ramos que as compõem, e que é preciso que as organizações saibam explorar as potencialidades da tecnologia como um fator de transformação, de disrupção e de criação de oportunidades.

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, destacou que “a componente humana é fundamental” e é uma face essencial das organizações. A empresária, que revelou que nos seus tempos de estudante no ISEG praticou atividade desportiva e em associações estudantis, avançou que as atividades extracurriculares dos estudantes do Ensino Superior são essenciais para desenvolver várias capacidades, como o trabalho em equipa e a comunicação. Sobre o último aspeto, Ana Figueiredo apontou que os líderes devem saber inspirar os seus trabalhadores, bem como competências ao nível das gestão e resolução de conflitos.

O Diretor-Geral da Caixa Geral de Depósitos referiu que é importante que as lideranças tenham capacidade para mobilizar as pessoas que compõem as organizações para realizar as mudanças que são necessárias fazer.

Para Paulo Macedo é também essencial operacionalizar a delegação de competências e a partilha de responsabilidades numa gestão estruturada em vários níveis, de forma a não se concentrar todas as decisões numa só camada.

Madalena Tomé, da SIBS, mostrou-se convicta de que a parceria entre o setor empresarial e a academia é essencial, e que a tecnologia deve ser colocada ao serviço do desenvolvimento do conhecimento e dos negócios. A responsável destacou o papel das softskills na liderança, explicando que não basta ter uma boa ideia, é preciso saber comunicá-la.

Por sua vez, Pedro Castro e Almeida afirmou que os líderes devem estar preparados para a mudança e que é preciso haver capacidade para analisar devidamente a informação que se tem em mãos para que as decisões tomadas se possam refletir da melhor forma nos negócios.

“Podemos ser líderes em qualquer idade”, assegurou Ana Figueiredo, sendo que “o que determina é a nossa vontade” para alcançar resultados e mobilizar equipas. “O mundo está muito complexo e a velocidade a que as coisas acontecem é estonteante”, asseverou a responsável da Altice, explicando que um líder deve ser mentalmente forte e estar preparado para vários cenários.

Sobre o que as empresas podem valorizar nos profissionais que procuram, não tivesse a discussão acontecido nos pátios de uma instituição de Ensino Superior, Paulo Macedo explicou que “a generalidade das empresas procura um toque um pouco diferente” nos profissionais que recruta. O CEO da Caixa Geral de Depósitos frisa que é importante a diversificação de conhecimentos, assente numa sólida base de especialidade em determinada área. Esse ‘mix’ traz diversidade de perspetivas e acrescenta valor à organização, aponta.

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