Indonésia retoma exportações de óleo de palma. Mas “incerteza política” deixa produtores reticentes
A Indonésia anunciou que iria retomar esta segunda-feira, dia 23 de maio, a exportação de óleo de palma, depois de um mês em que o abastecimento dos mercados externos esteve suspenso, devido à escassez e aos preços elevados no plano interno.
Esta segunda-feira, dia 23 de maio, os produtores de óleo de palma do país do sudeste asiático deveriam ter reiniciado as exportações desse óleo vegetal, presente numa ampla gama de produtos, desde a cosmética até à alimentação. O óleo de palma representa cerca de um terço de todo o mercado mundial de óleos vegetais, sendo que a Indonésia é responsável por quase 60% desse fornecimento, com a Malásia em segundo lugar.
O Presidente indonésio Joko Widodo apontou, de acordo com a agência ‘Reuters’, que o governo quer implementar um novo mecanismo legal, chamado Obrigação para o Mercado Doméstico, para reforçar o volume de produção que será canalizado para o mercado interno, a fim de garantir uma oferta proporcional às necessidades da população, comercializada a preços acessíveis.
Informa o mesmo órgão de comunicação social que os produtores estavam prontos para retomar as exportações já esta segunda-feira, mas os detalhes acerca do novo sistema de exportações desse produto ainda não são conhecidos dos agentes do setor. Apesar de estarem já a aceitar novos pedidos de exportação, os produtores indonésios mostram-se reticentes em voltar a fazer fluir o óleo de palma para os mercados externos antes de saberem quais as novas regras e quais as novas obrigações a que estão sujeitos.
A ‘Reuters’ salienta que a “incerteza política” acerca da nova estrutura regulatória do mercado do óleo de palma poderá fazer com a Indonésia demore algum tempo a regressar aos níveis de fornecimento anteriores à imposição do embargo, no final de abril.
Depois de a 22 de abril o governo indonésio ter declarado que seriam suspensas as exportações de óleo de palma para assegurar a oferta interna, a Malásia anunciou que estava pronta para assumir a dianteira do fornecimento mundial, tendo já aplicado reduções de impostos para incentivar as comercialização do óleo de palma malaio nas cadeias de abastecimento externas. Até a Indonésia poder normalizar o fluxo de óleo de palma para o estrangeiro, a Malásia deverá continuar a assumir uma importância central na supressão, ou pelo menos na sua tentativa, da escassez desse produto.