Trabalho híbrido pode promover transparência e igualdade salarial, dizem especialistas de RH
Numa altura em que várias empresas estão a estudar os moldes do pagamento salarial a uma nova classe de trabalhadores remotos e híbridos, surgem vozes que defendem que esse regime laboral poderá ter um impacto positivo quanto à transparência e igualdade salarial, segundo a ‘CNBC’.
Jason Walker e Rey Ramirez, cofundadores da Thrive HR Consulting, são dois dos nomes que se têm dedicado ao aconselhamento de empresas sobre como estabelecer e gerir equipas híbridas.
Em entrevista ao ‘Make It’ da ‘CNBC’, Walker defendeu que cortes de salários propostos para trabalhadores que se mudam e trabalham remotamente são “uma ameaça vazia” das empresas, especialmente durante a crise de contratações vivida atualmente; na opinião do mesmo especialista, as empresas que optam por esse caminho correm o risco de prejudicar o compromisso dos funcionários e, se os trabalhadores pedirem demissão, pode custar muito mais para a empresa substituí-los do que simplesmente continuar a pagar-lhes o mesmo valor.
Nos EUA, um número crescente de estados e cidades promulgou as suas próprias leis de transparência salarial para os empregadores, de acordo com a ‘Business Insider’.
No Connecticut e Nevada, desde o mês passado, os empregadores deverão assegurar salários a todos os candidatos a emprego, seja ao fazer uma oferta de emprego ou após uma entrevista inicial; a partir de janeiro de 2023, os empregadores em Rhode Island terão de fornecer aos candidatos informações sobre o pagamento durante as entrevistas, mesmo se os candidatos não solicitarem as informações. Em Maryland, Califórnia, Washington, Cincinnati e Toledo, Ohio, os empregadores são obrigados a divulgar informações de pagamento durante uma das fases do processo de contratação, mas somente se um candidato ao posto de trabalho as solicitar. O Colorado aprovou a lei mais transparente. Desde janeiro de 2021, os empregadores são obrigados a divulgar as tabelas salariais em todas as ofertas de emprego.
Segundo Ramirez, que trabalha em Denver, a nova lei tem o duplo benefício de ajudar os candidatos a um emprego a entender o seu valor no mercado e as empresas a atrair talentos de primeira linha ou a motivar os funcionários existentes a procurarem promoções anunciando publicamente salários competitivos.
A transparência também pode forçar as empresas a abordar as disparidades salariais entre os funcionários, especialmente se houver diferenças colossais entre as linhas raciais e de género.
“À medida que avançamos, o pagamento será mais transparente”, diz Ramirez, sublinhando que esse cenário já está a ocorrer e que as “organizações precisam de estar preparadas (…) para responder às perguntas dos funcionários sobre como é que a remuneração é definida.”