“Crescemos muito em pouco tempo”: CEO da Binance reage aos ataques dos reguladores
O CEO da Binance, a maior plataforma de criptomoedas do mundo, reagiu às questões levantadas pela imprensa internacional sobre o facto de a plataforma ter congelado os depósitos bancários em euros, depois dos ataque perpetrados por alguns reguladores.
“A área do compliance é um mundo em descoberta sobretudo para setores como o nosso envolvidos no mercado cripto”, explicou Changpeng Zhao, num post no blog da empresa.
“Como uma startup que está no mercado há apenas quatro anos, a Binance ainda tem muito espaço para crescer”, disse Zhao. “A empresa cresceu muito rapidamente e nem sempre tivemos tudo como devia ser, mas estamos a aprender e a melhorar de dia para dia”, defendeu o executivo.
Zhao reiterou ainda “o compromisso da Binance para com os reguladores e parceiros, de tal modo que estamos a contratar mais talentos para desenvolver processos que protejam os nossos utilizadores”.
Os utilizadores da exchange receberam ontem um email, onde foram informados que seriam suspensos os depósitos bancários em toda a SEPA (Single Euro Payments Area, ou seja um espaço geográfico onde particulares, empresas e administração pública podem efetuar e receber pagamentos em euros, em idênticas condições, direitos e obrigações, qualquer que seja a sua localização, dentro ou fora da UE), depois de vários reguladores terem lançado o “alerta vermelho”, devido ao facto de a exchange operar em vários países sem licença.
“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros, para encontrar uma solução. Obrigado pela compreensão”, pode ler-se no email enviado aos utilizadores. A mensagem esclarece ainda que que todos os depósitos realizados neste contexto serão devolvidos “dentro de sete dias úteis”.
A mesmo email esclarece no entanto que os utilizadores “poderão continuar a comprar criptomoedas e realizar depósitos em euros na sua conta, através de cartões de débito ou crédito”, mas não aponta uma data para que a situação possa regressar à normalidade.
No fim de junho, a Financial Conduct Authority (FCA) do Reino Unido publicou um comunicado no seu próprio site, onde anunciou que tinha ordenado o encerramento de todas as atividades da Binance, a maior plataforma de criptomoedas do mundo. O regulador alertou ainda que a ordem de “fecho de portas” se estende a todo o Binance Group.
“A Binance Markets Limited não está atualmente autorizada a realizar quaisquer atividades regulamentadas, sem o consentimento prévio por escrito da FCA”, por isso, até que tal seja pedido, o Binance Group não tem autorização para operar no Reino Unido.
Depois deste alerta, vários bancos no Reino Unido, como o Barclays e o Natwest congelaram as transferências de dinheiro de e para a Binance.
A decisão do regulador britânico, surgiu pouco tempo depois de o seu homólogo japonês, Financial Services Agency, ter emitido um aviso semelhante. O órgão de supervisão do arquipélago chegou mesmo a ameaçar a exchange de avançar com uma ação judicial, caso esta não parasse de desenvolver atividades de gestão e transação de moedas digitais, sem licença.
Em abril, foi a vez da Alemanha avisar os seus investidores de que poderiam estar “a violar o Código de Valores Mobiliários”, já que a plataforma não tinha qualquer autorização de Berlim para desenvolver atividades cripto no país.
Na Tailândia, o regulador financeiro do país colocou uma ação em tribunal contra a exchange por esta operar sem licença do Estado.
A Binance conta com uma lista de mais de 100 ativos digitais, sendo desde 2018 a exchange mais cotada do mundo. Neste mesmo ano, só no Japão e em uma hora, 240 mil pessoas tentaram aderir à plataforma, o que levou a empresa a limitar o número de adesões, conforme noticiou na altura a Bloomberg.