Rendibilidade da banca continua a recuar na pandemia. Mal parado alivia

Nos três primeiros trimestres de 2020, a rendibilidade do ativo (ROA) da banca nacional situou-se em 0,15% (-0,43 pp face ao período homólogo). A rendibilidade do capital próprio (ROE) diminuiu 4,6 pp, para 1,7%, segundo dados do Banco de Portugal, divulgados esta quinta-feira.

A redução do ROA refletiu o aumento significativo das imparidades para crédito e, em menor grau, a redução dos resultados com operações financeiras. O custo do risco de crédito aumentou 0,49 pp face ao período homólogo, situando-se em 1,0%.

Segundo o regulador, “esta evolução está associada ao impacto da pandemia de COVID-19”.

O rácio ‘cost-to-income’ aumentou 1 pp em termos homólogos, para 58,1%. Esta evolução resultou de uma diminuição do produto bancário (-6,9%) superior à redução dos custos operacionais (-5,2%).

Em matéria de qualidade dos ativos, no 3.º trimestre de 2020, o rácio de empréstimos não produtivos (NPL na sigla inglesa)
diminuiu 0,2 pp, para 5,3%, refletindo uma diminuição dos NPL (-4,9%) superior à dos empréstimos em denominador (-1,0%).

O rácio de NPL líquido situou-se em 2,3% (-0,3 pp). No final do trimestre, o rácio de NPL das SNF cifrou-se em 10,6% (-0,6 pp). No caso dos particulares situou-se em 3,5% (-0,2 pp). Em ambos os casos a redução do rácio resultou da diminuição do numerador (NPL).

O rácio de cobertura dos NPL por imparidades aumentou 2,8 pp, para 55,9%, reflexo sobretudo da redução dos NPL das SNF e do aumento das imparidades em empréstimos a instituições de crédito. A redução das imparidades acumuladas nos segmentos de SNF e particulares atenuaram o aumento do rácio de cobertura.

O BdP informou ainda que, neste período em análise, o ativo total do setor bancário português diminuiu 0,4%, devido, principalmente, à redução das disponibilidades em bancos centrais (-9,7%). O rácio de transformação aumentou 0,6 pp,
para 85,2%, refletindo a diminuição dos depósitos de clientes (-0,6%).

Os empréstimos a clientes mantiveram-se estáveis. O financiamento obtido junto de bancos centrais aumentou 1,3%, passando a representar 7,8% do ativo (+0,1 pp). No final do trimestre, o rácio de cobertura de liquidez (LCR na sigla inglesa) situou-se em 235,9% (-20,7 pp). A evolução observada assentou na redução dos ativos de elevada liquidez (-1,9%) e no aumento das saídas líquidas de caixa (6,7%).

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