BEI reforça combate às alterações climáticas. Apoio à expansão aeroportuária tem os dias contados
O Banco Europeu de Investimento (BEI) está a considerar acabar com o apoio à expansão de aeroportos e gestão de frotas de aviões com combustível convencional, de acordo com a agência Reuters.
A iniciativa do ‘braço financeiro’ e de crédito da União Europeia (UE) pretende utilizar o seu poder financeiro para reduzir as emissões da UE e alinhar as atividades do banco com o Acordo de Paris sobre alterações climáticas.
No ano passado, o BEI reescreveu as regras sobre empréstimo ao setor da energia, visando deixar de financiar centrais elétricas alimentadas a combustíveis fósseis a partir do final de 2021, beneficiadas por algumas isenções. Agora, está a voltar-se para outros setores, guiado por um “roteiro climático” que vai impor critérios mais rigorosos aos projetos que procuram apoio a partir do final de 2022.
“O apoio será retirado da expansão da capacidade aeroportuária e das aeronaves alimentadas convencionalmente”, de acordo com o projeto, datado de 22 de outubro e que será discutido pelos diretores do BEI numa reunião a 11 de novembro.
O projeto diz que, em vez disso, o banco vai concentrar-se na melhoria da capacidade aeroportuária existente, investindo na segurança e na descarbonização.
Até 2025, o BEI pretende que mais de metade da sua atividade de empréstimo apoie projetos verdes, para ajudar a alavancar um bilião de euros de investimento nesta década.
As novas regras pretendem assegurar que todas as atividades do banco – mesmo aquelas que não visam diretamente as alterações climáticas – não causem danos significativos aos objetivos do Acordo de Paris.
A Greenpeace reconheceu a mudança nos aeroportos, mas disse que o projeto de regras poderia permitir o apoio a outros investimentos poluentes e que os esforços para resolver a pegada de carbono da agricultura e dos transportes rodoviários não foram suficientemente longe.
“Não há desculpa para o autoproclamado banco climático da UE permitir o financiamento de combustíveis fósseis, expansão de autoestradas e agricultura industrial”, disse o ativista do financiamento do Greenpeace, Piotr Wojcik, num comunicado.