Um estudo recente mostra que apenas 38% das empresas portuguesas iniciam ações de cobrança após o vencimento de uma fatura, e que 73% das empresas nunca aplicam juros de mora.
De acordo com o Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, quase duas em cada três empresas reagem às tensões de liquidez dos seus clientes adiando o início das ações de cobrança para não deteriorem as suas relações comerciais.

O atraso nas ações de cobrança faz com que seja mais difícil a sua recuperação. Apesar disso, o estudo reflete uma grande flexibilidade nos prazos de cobrança como parte da relação comercial, com 25% das empresas a permitirem aos seus clientes atrasos de pagamento superiores a 60 dias antes de considerarem um crédito em atraso.

Quando são iniciadas ações de cobrança, a grande maioria das empresas renuncia à cobrança de juros de mora. 73% das empresas, a percentagem mais elevada das séries cronológicas, nunca as aplicam e apenas 2% são sistemáticas no exercício do seu direito.
O estudo mostra que o endurecimento da política monetária por parte do Banco Central Europeu levou a que os juros de mora das operações comerciais, que se situavam nos 8% entre 2016 e 2022, aumentassem para 12,5% no primeiro semestre de 2024. No entanto, a subida deste indicador oficial não tem tradução na economia real: de acordo com o estudo realizado pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 98% das empresas que aplicam juros de mora reclamam montantes inferiores aos que lhes corresponderiam por lei.















